São Paulo, terça-feira, 01 de fevereiro de 2005

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Portaria não deve afetar trabalho, diz o instituto

DA SUCURSAL DO RIO

O presidente do IBGE, Eduardo Pereira Nunes, afirmou à Folha que a portaria publicada pelo Ministério do Planejamento não interferirá no trabalho do instituto. (GW)
 

Folha - O que motivou essa portaria?
Eduardo Pereira Nunes -
A prática de precedência é usual em institutos do mundo inteiro. A prática já existia em relação às pesquisas conjunturais, como a de Emprego e do PIB (Produto Interno Bruto). Não existia uma regra a respeito das pesquisas estruturais. O IBGE já encaminhava com alguma antecedência, normalmente de 24 horas, ao Ministério do Planejamento, mas não havia uma regra escrita.

Folha - A portaria foi redigida a pedido do IBGE?
Nunes -
Para evitar de o IBGE fazer uma divulgação e o ministro não ter as informações suficientes para poder dar o seu depoimento é que nós propusemos a precedência.

Folha - Como as pesquisas estruturais são mais abrangentes, a imprensa as recebe com antecedência, com o compromisso de não divulgá-las antes do prazo. Essa prática vai mudar?
Nunes -
Isso em nada mudou. O que mudou é que estipulamos um prazo de 48 horas para que o ministro do Planejamento também receba o resultado.

Folha - A decisão foi tomada após a polêmica em relação ao resultado da POF?
Nunes -
Não é justo fazer qualquer relação entre essa portaria e o que se passou com a POF. Coincidências também acontecem. Foi uma decisão de início de gestão num início de ano.

Folha - O que o sr. achou da crítica de que a portaria abria a possibilidade de censura?
Nunes -
O governo não tem a menor intenção de proceder qualquer tipo de interferência no trabalho do IBGE.

Folha - O governo vai poder manipular itens das pesquisas?
Nunes -
Se se tratar de um governo ditatorial, ele pode fazer o que bem entende. O governo brasileiro não tem essa prática.


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