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Portaria não deve afetar trabalho, diz o instituto
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente do IBGE,
Eduardo Pereira Nunes, afirmou à Folha que a portaria publicada pelo Ministério do Planejamento não interferirá no
trabalho do instituto. (GW)
Folha - O que motivou essa
portaria?
Eduardo Pereira Nunes - A
prática de precedência é usual
em institutos do mundo inteiro. A prática já existia em relação às pesquisas conjunturais,
como a de Emprego e do PIB
(Produto Interno Bruto). Não
existia uma regra a respeito das
pesquisas estruturais. O IBGE
já encaminhava com alguma
antecedência, normalmente de
24 horas, ao Ministério do Planejamento, mas não havia uma
regra escrita.
Folha - A portaria foi redigida
a pedido do IBGE?
Nunes - Para evitar de o IBGE
fazer uma divulgação e o ministro não ter as informações
suficientes para poder dar o seu
depoimento é que nós propusemos a precedência.
Folha - Como as pesquisas estruturais são mais abrangentes,
a imprensa as recebe com antecedência, com o compromisso de
não divulgá-las antes do prazo.
Essa prática vai mudar?
Nunes - Isso em nada mudou.
O que mudou é que estipulamos um prazo de 48 horas para
que o ministro do Planejamento também receba o resultado.
Folha - A decisão foi tomada
após a polêmica em relação ao
resultado da POF?
Nunes - Não é justo fazer qualquer relação entre essa portaria
e o que se passou com a POF.
Coincidências também acontecem. Foi uma decisão de início
de gestão num início de ano.
Folha - O que o sr. achou da crítica de que a portaria abria a
possibilidade de censura?
Nunes - O governo não tem a
menor intenção de proceder
qualquer tipo de interferência
no trabalho do IBGE.
Folha - O governo vai poder
manipular itens das pesquisas?
Nunes - Se se tratar de um governo ditatorial, ele pode fazer
o que bem entende. O governo
brasileiro não tem essa prática.
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