|
Próximo Texto | Índice
Painel
VERA MAGALHÃES (interina) - painel@uol.com.br
PSDB com a bola
Ao desencadear a chamada "guerra dos blocos", Aldo Rebelo (PC do B-SP) pode ter jogado, novamente, o
PSDB no colo de Arlindo Chinaglia (PT-SP) num possível segundo turno. O petista conta com o apoio dos
tucanos pelo fato de ter cedido a eles a primeira vice-presidência da Casa -pela nova divisão de forças, o
posto caberia ao "blocão" liderado por PT e PMDB.
A questão divide, mais uma vez, os caciques tucanos. Aécio Neves (MG), aparentemente, trabalha por
Aldo, mas libera aliados, como Nárcio Rodrigues, para
pedir votos para Chinaglia. José Serra (SP) tem dito
que não orientará votos, mas os deputados sob sua influência também negociam com o candidato petista.
A ala ligada a FHC defende voto fechado em Aldo.
Mundo ideal. Cientes de
que serão responsabilizados
por uma eventual vitória de
Chinaglia contra Aldo, os tucanos sonham com o cenário
em que Gustavo Fruet
(PSDB-PR) ganhe votos no
PFL e passe ao segundo turno.
Mapa da guerra. A confusão na formação de blocos
ontem era tanta que o "chinaglista" Mario Negromonte
(PP-BA) teve de recorrer a um
assessor: "O PV é do nosso
bloco ou do time do Aldo?"
Mercado futuro. Ao cruzar com Davi Alcolumbre
(PFL-AP) no corredor, Geddel Vieira Lima (PMDB-BA)
disparou: "Vote no Chinaglia.
Me ajude, porque serei ministro e vou poder ajudá-lo".
Reabilitado. A formação
do megabloco capitaneado
por PMDB e PT foi arquietada
pelo ex-presidente da Câmara
João Paulo Cunha (SP), que
sai da quarentena pós-mensalão e retoma a articulação política no partido.
Me inclua. O PTC, do deputado Clodovil Hernandez
(SP), foi o último a aderir ao
bloco de Chinaglia. O deputado Carlos Willian (MG) chegou esbaforido às 11h55, cinco
minutos antes do prazo final.
Mandinga. Gustavo Fruet
recebeu ontem a visita de um
pai de santo em seu gabinete.
Depois de jogar búzios, ele
previu a vitória do tucano.
Revés. A indicação de Ciro
Nogueira (PP-PI) para a segunda secretaria é uma derrota para Chinaglia. O petista
alardeou que seria sua "missão" excluir o atual corregedor, aliado de Aldo, da Mesa.
Paradoxo. Estudo encomendado à Fundação Getúlio
Vargas para apontar caminhos de redução de gastos na
Câmara custou R$ 210 mil.
Mea-culpa 1. Assessor especial de Lula, Marco Aurélio
Garcia diz que se arrepende
por não ter tido mais cuidado
na relação com PC do B e PSB.
"Houve exacerbação dos partidos aliados, inclusive no discurso anti-petista."
Mea-culpa 2. Garcia afirma que, agora, é preciso fechar as feridas. "Vamos ter de
fazer um esforço grande. Precisamos ver se esse episódio
foi suficiente para abalar uma
relação histórica", diz.
Lista de espera. Aliados
de José Agripino (PFL-RN)
na disputa pela presidência
do Senado tentavam ontem
obter o apoio de insatisfeitos
com o que chamavam de
"overbooking de promessas"
de Renan Calheiros (PMDB-AL). Favorito, o presidente da
Casa teria feito as mesmas
ofertas para vários senadores.
Musa. Alvejada por setores
do governo, Marina Silva continua com cacife alto no exterior. A ministra do Meio Ambiente receberá hoje da ONU
o prêmio "Campeões da Terra", juntamente com Al Gore,
ex-vice-presidente dos EUA.
Reticente. O grupo de Tarso Genro no PT obteve a assinatura de três governadores
para o manifesto que pretende divulgar no sábado, como
preparatório para o Encontro
Nacional: Marcelo Déda (SE),
Binho Marques (AC) e Ana
Júlia (PA). Jaques Wagner
(BA) ainda não aderiu.
Tiroteio
"Depois de fazer ameaças e de tentar chantagear
os tucanos, o PT quer passar por bom moço e
dizer que está cedendo espaço para o PSDB.
Isso não cola, cheira a desespero".
Do líder do PFL na Câmara, RODRIGO MAIA (PFL-RJ), apoiador de Aldo
Rebelo, sobre a estratégia de Arlindo Chinaglia de garantir ao PSDB a vice-presidência da Casa em troca de apoio na eleição de hoje.
Contraponto
Concorrência desleal
Os líderes partidários e os integrantes da Mesa Diretora
da Câmara se reuniram ontem para acertar as regras da
eleição da Casa, que ocorre hoje.
Chico Alencar (PSOL-RJ) sugeriu a proibição da contratação de modelos para pedir votos.
-Prefiro receber um panfleto do deputado Miro Teixeira que de um clone da Gisele Bündchen -, disse.
Imediatamente, vários parlamentares protestaram:
-Fale apenas pela sua bancada -, brincou José Carlos
Aleluia (PFL-BA), líder da oposição.
A palavra final coube ao próprio Miro (PDT-RJ):
-Obrigado, Chico, mas nessa disputa eu não entro.
Próximo Texto: Pelo controle da Câmara, PT e PMDB formam megabloco Índice
|