|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Sachs defende
desvalorização
Do enviado especial
Mais um economista de reputação internacional somou-se ontem à previsão de que o real é vulnerável a um ataque mais ou menos iminente.
Jeffrey Sachs, descrito certa vez
pela revista "Time" como o economista mais conhecido do mundo, disse à Folha que o real "tem
que ser desvalorizado".
Sachs, diretor do Instituto para o
Desenvolvimento Internacional
da Universidade norte-americana
de Harvard, não sabe dizer se a
desvalorização deveria ser feita
dentro de dois meses, quatro meses ou seis meses.
"Mas quanto mais demorar
maior será o sofrimento", disse
Sachs.
A Folha perguntou a Sachs se ele
concordava com a tese de alguns
de seus colegas economistas de
que o Brasil estava na iminência de
ser uma das próximas vítimas da
chamada segunda onda da crise
asiática.
A resposta foi seca: "É verdade".
A tese sobre a vulnerabilidade
brasileira foi inicialmente levantada por Kenneth Courtis, economista e estrategista-chefe do
Deutsche Bank para a região
Ásia-Pacífico.
Foi chamado de "palpiteiro" pelo presidente Fernando Henrique
Cardoso.
Sachs criticou também o fato de
que o governo brasileiro optou pela desaceleração da economia
(provocada pela elevação dos juros) como resposta à crise asiática.
Mas o megainvestidor George
Soros foi na direção oposta, em
entrevista coletiva que concedeu
ontem.
Depois de dizer que o Brasil já
havia sido afetado pela "primeira
onda", George Soros elogiou o fato de o governo brasileiro, "ao
contrário do indonésio ou outros
da Ásia, ter adotado os passos certos".
Tais passos (o aumento dos juros e o pacote fiscal de R$ 20 bilhões) "fortaleceram a posição do
Brasil", acha Soros.
Mas ele adverte que ninguém está em condições de fazer "previsões firmes".
(CLÓVIS ROSSI)
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|