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OUTRO LADO
Para Planejamento, foi necessário manter austeridade
DO PAINEL, EM BRASÍLIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério do Planejamento confirma que o governo de
Luiz Inácio Lula da Silva investiu em 2003 menos que o de seu
antecessor, Fernando Henrique Cardoso, no ano anterior.
Segundo o ministério, devido
à difícil situação econômica
herdada de FHC, foi necessário
priorizar as despesas de custeio
e deixar de lado os investimentos, que, na avaliação oficial,
podem ser postergados sem
tanto prejuízo à população.
Já o gasto elevado com o pagamento de dívida foi fruto de
uma decisão política do governo. Optou-se por manter a austeridade fiscal e retomar a confiança externa na economia
brasileira. Mesmo reafirmando
a intenção de manter a política
fiscal austera, a promessa do
governo é que vai haver mais
investimentos neste ano.
Com o corte nos investimentos e a manutenção do custeio,
insiste o Planejamento, foi possível aumentar os gastos na
área social no ano passado. Segundo o governo, foram gastos
em 2003 R$ 5,4 bilhões em programas de transferência de
renda, contra R$ 4,1 bi em 2002.
O Planejamento destaca ainda que o Orçamento de 2003 foi
feito pelo governo anterior e
que muitos dos parâmetros
macroeconômicos utilizados
nos cálculos não foram atingidos. Um exemplo é o PIB. A
proposta orçamentária previa
crescimento de 2%, mas houve
retração de 0,2%. Assim, as receitas ficaram superestimadas,
o que teria forçado o governo a
cortar mais investimentos.
De acordo com o governo,
houve aumento das despesas
de custeio, que são obrigatórias. Já os investimentos podem ser anulados ou jogados
para os anos seguintes.
Segundo o Planejamento, os
gastos com pessoal subiram de
R$ 73,9 bilhões em 2002 para
R$ 78,5 bilhões em 2003. Os benefícios da Previdência foram
de R$ 88 bilhões para R$ 107 bilhões. Para o ministério, muitos projetos podem ter sido
acoplados a outros ou extintos,
o que faria com que aparecessem sem investimento no Siafi.
Mas o órgão não soube precisar
quantos seriam.
(OC e GA)
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