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TRABALHO INFANTIL
Indiano faz críticas ao processo de globalização
Para líder de marcha, crianças
de rua de S. Paulo não têm face
da Agência Folha, em Florianópolis
Um dos idealizadores da Marcha
Global contra o Trabalho Infantil,
o indiano Kailash Satyarthi, criticou anteontem, em Florianópolis,
o processo de globalização, que,
segundo ele, "empurra para o trabalho 250 milhões de crianças pobres em todo o mundo".
Satyarthi viajou de Nova Déli para acompanhar a marcha na América Latina e foi o principal debatedor da mesa redonda realizada na
Assembléia de Santa Catarina, na
chegada ao Estado dos 40 integrantes da marcha que partiu de
São Paulo na quarta-feira.
Ele disse ter ficado triste e preocupado com as crianças de rua que
viu no centro de São Paulo. "Elas
não tinham identidade, dignidade, cidadania, nem direitos".
Segundo ele, "nem face elas tinham. Perderam a crença em si
mesmas e no futuro".
"Nenhum mercado ou política
internacional pode globalizar a
compaixão. As crianças marchando juntas podem fazer isso", disse.
Integrantes do Fórum Estadual
pela Erradicação do Trabalho Infantil, também debatedores, apresentaram um abaixo-assinado,
que será enviado ao presidente
Fernando Henrique Cardoso, pedindo a adesão do Brasil à convenção 138 da ONU. Pela convenção,
fica proibido o trabalho para menores de 15 anos e que não concluíram o ensino fundamental. No
Brasil, a Constituição proíbe o trabalho para menores de 14 anos.
Hoje a marcha vai a Novo Hamburgo (RS).
(ESTANISLAU MARIA)
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