DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Ao completar 40 meses na Presidência, sem alguns dos principais auxiliares que começaram o governo a seu lado, Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que o poder não "subiu à cabeça" e tampouco o afastou dos antigos "companheiros".
"Não tem nada mais sagrado na relação humana do que alguém ser eleito presidente e perceber que, depois de três anos e quatro meses de exercício da Presidência, ele ainda não deixou de ser a referência de companheiros", disse, dirigindo-se ao presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura, Manoel José dos Santos, e a trabalhadores rurais, em cerimônia no Planalto.
"Esse é um valor que eu considero incomensurável, extraordinário, porque demonstra que o poder não subiu à minha cabeça e muito menos o poder fez com que houvesse distanciamento meu e dos companheiros, que, no fundo, no fundo, é para onde eu vou voltar quando eu sair daqui", completou o presidente.
Lula reafirmou que ainda não se decidiu sobre a reeleição e disse que o que importa é a comparação com o governo anterior.
"Com relação ao discurso do companheiro Mané [Manoel dos Santos, que disse que a entidade vai se engajar na reeleição], vou dizer ao Manoel o seguinte: o presidente da República não tem o direito de reivindicar ser candidato, até porque ele já é presidente, não tem de reivindicar. Essa coisa, ela pode ser ou não construída, e nós temos muito tempo pela frente."
E continuou: "O meu grande desejo é poder, ao terminar o meu mandato, comparar o que fizemos para o povo pobre deste país com tudo que foi feito antes". (PEDRO DIAS LEITE E EDUARDO SCOLESE)


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