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Lula anuncia reforma em que quatro ministros assumem como interinos
EDUARDO SCOLESE
PEDRO DIAS LEITE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva anunciou ontem a terceira
reforma ministerial de sua gestão.
Nomeou oito novos ministros e
exonerou outros oito, além de ter
remanejado Waldir Pires da CGU
(Controladoria Geral da União),
que já foi um exilado político, para o Ministério da Defesa. Dos novos titulares das pastas, quatro assumem de forma interina.
As mudanças ocorrem devido
ao prazo da legislação eleitoral para que ocupantes de cargos públicos deixem seus postos para disputar a eleição de outubro.
"Só posso desejar a eles [ministros que saem] toda a sorte do
mundo naquilo que eles se propuserem a fazer a partir de agora.
Certamente, uns ganharão, outros perderão, mas, independentemente disso, seremos gratos pelo trabalho que todos prestaram
aqui neste tempo que estiveram
servindo o povo brasileiro como
ministros", afirmou o presidente.
No mesmo discurso, Lula justificou a opção pelos secretários-executivos. O presidente quer que os
atuais programas sejam mantidos
Lula teve o cuidado de consultar
os comandantes militares de maneira rápida e formal. Os três não
se opuseram à indicação de Waldir Pires. Contudo, Exército e Aeronáutica preferiam Tarso Genro,
que teve uma boa convivência
com os militares quando ministro
da Educação. Equiparou cursos
da Aeronáutica a mestrado e doutorado das universidades civis.
Quanto a Pires, a Aeronáutica
demonstrou indiferença. O Exército não estava animado. Genro,
apesar de esquerda, é de uma geração mais nova. Pires é considerado "comunista" e foi deposto
junto com Jango em 1964.
O novo ministro também tentou se aproximar dos militares.
Convidou os comandantes para
conhecer os trabalhos de prevenção à corrupção da sua área.
Mudanças
A terceira reforma ministerial
manteve o PT com 16 pastas. O
PMDB perdeu uma pasta e ficou
com dois ministérios. PSB, ainda
com dois, e PC do B, PP, PTB e
PV, com uma pasta cada, completam a lista de partidos na Esplanada dos Ministérios. Com a saída
de José Alencar da Defesa e de Alfredo Nascimento dos Transportes, o recém-criado PRB e o PL ficaram sem representantes.
Há dez ministérios cujos titulares não são filiados a nenhuma legenda. Esse número cresceu pelo
fato de Lula ter optado por uma
solução caseira para a maioria das
pastas nas quais os titulares solicitaram a exoneração para disputar
as próximas eleições.
Além de Alencar e Nascimento,
deixaram ontem o governo Ciro
Gomes (Integração Nacional), Jaques Wagner (Relações Institucionais), José Fritsch (Aquicultura e Pesca), Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário) e Saraiva
Felipe (Saúde). Na vaga de Wagner assume o ex-presidente petista Tarso Genro.
As demais pastas serão preenchidas pelos atuais secretários-executivos. Três deles assumem
de forma definitiva -Orlando
Silva (Esporte), Paulo Sérgio Oliveira Passos (Transportes) e Pedro Brito (Integração Nacional).
Outros quatro "números dois"
passam a fazer do parte do primeiro escalão, mas, segundo o
Palácio do Planalto, de "forma interina". São eles Altemir Gregolin
(Aquicultura e Pesca), Guilherme
Cassel (Desenvolvimento Agrário), José Agenor (Saúde) e Jorge
Hage (CGU).
Colaborou ELIANE CANTANHÊDE, colunista da Folha
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