São Paulo, quarta-feira, 01 de maio de 2002

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PAINEL

Disputa por espaço
O PMDB pressiona o PSDB a retirar Pimenta da Veiga do comando da campanha de José Serra. Desconfia que o ex-ministro trabalha para que o PFL substitua o partido da condição de aliado preferencial dos tucanos na campanha presidencial.

Padrinho forte
Serra tampouco está contente com o trabalho de Pimenta na coordenação, mas considera que afastá-lo da campanha agora seria criar um atrito desnecessário dentro do próprio PSDB.

Projeto malufista
Paulo Maluf (PPB) procurou o PFL-SP a fim de uma união dos partidos em torno de uma eventual candidatura do apresentador Silvio Santos à Presidência. O pepebista prometeu também, após a eleição, trabalhar pela fusão das duas siglas.

Quórum mínimo
A proposta de Maluf foi feita ao PFL em jantar na segunda-feira à noite. A bancada paulista e a executiva estadual haviam sido convidadas. Mas apenas três deputados apareceram.

Efeito Roseana
O PFL espalha que pode lançar Silvio Santos com objetivo de atazanar Serra. Mas, no íntimo, avalia que não há condição de o apresentador disputar a eleição. No dia seguinte ao anúncio de sua candidatura, SS passaria a ter a Receita nos calcanhares.

Zen candidato
Questionado por parlamentares sobre o rumo do PFL na sucessão presidencial, Jorge Bornhausen responde que o caminho do partido somente será definido no dia 6 de junho. Até lá, diz, o tempo é de "meditação".

Pauta tucana
Virou rotina na pré-campanha de Serra: antes das entrevistas coletivas do presidenciável, sua assessoria diz aos jornalistas os assuntos que ele não aceita tratar. Nesta semana, o tema "proibido" é o PFL.

Braço a torcer
Serra acabou aceitando as regras do encontro dos presidenciáveis da CNI, no dia 9. No sorteio de ontem para definir a ordem dos palestrantes, Lula ficou em primeiro. Foi sorteado pelo representante do tucano.

Contradição de governo
Auditoria do TCU estranha que plantadores de fumo tenham direito a subsídios do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar e, ao mesmo tempo, o Ministério da Saúde faça campanha contra o fumo e culpe o tabagismo por despesas da pasta.

Palanque regional
PMDB e PSDB resolveram mais um problema dos palanques estaduais. Em RR, os dois partidos apoiarão informalmente Otomar Pinto, do PTB, ao governo. E lançarão ao Senado o tucano Romero Jucá e a peemedebista Marluce Pinto.

Dúvida agrária
Wellington Dias (PT-PI) vai pedir à Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara que faça levantamento, com apoio das entidades de trabalhadores rurais, do real número de assentados no país -número que o Incra diz não ter como fornecer.

Visita à Folha
O general Alberto Mendes Cardoso, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, visitou ontem a Folha. Fez palestra sobre a luta contra o terrorismo. Depois foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Manoel Gomes Pereira, coordenador-geral de estudos da Secretaria de Acompanhamento e Estudos Institucionais, de Paulo Paniago, analista de informação da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), de Antônio Fernandes da Silva, chefe da Agência São Paulo da Abin, e de Francisco Vegi, assessor chefe da Abin/SP.

TIROTEIO

Do deputado Delfim Netto (PPB-SP), sobre bancos de investimento baixarem a recomendação para negócios com títulos brasileiros em razão da subida de Lula nas pesquisas:
-Essa agitação só prova que o mercado não sabe nada mesmo. É mal informado. Lula é o candidato que, eleito, produzirá menos mudanças, porque não terá condições para construir uma maioria no Congresso. Deveria ser o mais confiável.

CONTRAPONTO

Palavra cassada

No encontro dos presidenciáveis promovido anteontem pela Força Sindical, em São Paulo, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu um enorme microfone para fazer a sua palestra. Ao perceber o tamanho da peça, Lula comentou, sorrindo para os espectadores:
- Este é provavelmente o maior microfone com o qual já falei na vida.
A platéia riu e a organização do evento arrumou outro microfone, bem menor. Minutos depois, quando Lula já estava empolgado no discurso, falando sobre desemprego e geração de renda, houve uma pane e o novo microfone ficou mudo. Ninguém mais ouvia o pré-candidato. A organização novamente trocou de microfone, mas o outro também não funcionava. Com tantos inconvenientes, alguns espectadores gritaram da platéia, em tom de galhofa:
- Boicote! Boicote!



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