São Paulo, quarta-feira, 01 de maio de 2002

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MERCADO DA SUCESSÃO

"Nada vai me fazer perder as estribeiras", diz petista

Lula pede "serenidade" ao PT na reação a bancos dos EUA

Alexandre Campbell/Folha Imagem
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em evento de lançamento do seu projeto para o setor energético, no Rio


MURILO FIUZA DE MELO
DA SUCURSAL DO RIO

SABRINA PETRY
ENVIADA ESPECIAL A RESENDE

O pré-candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, pediu ao partido, ontem no Rio, "mais maturidade, serenidade e responsabilidade".
"Espero que, como eu, vocês estejam otimistas, esperançosos, porque, desta vez, nada vai me fazer perder as estribeiras", disse Lula, em referência velada a relatórios dos bancos de investimento norte-americanos Merrill Lynch e Morgan Stanley, que rebaixaram a recomendação para negócios com títulos brasileiros em função do crescimento de Lula nas pesquisas.
As declarações foram feitas de manhã, para uma platéia de cerca de cem pessoas (a maioria, militantes do PT) durante o lançamento de seu programa para o setor de energia elétrica.
Sem esconder o otimismo, motivado pelo bom desempenho nas pesquisas eleitorais, Lula afirmou que nunca esteve numa "situação tão privilegiada para ganhar as eleições". O pré-candidato petista disse ainda que está "no ponto" para exercer a Presidência.
À tarde, em visita a Resende (cidade a 160 km do Rio), Lula procurou ser mais comedido e disse que "o jogo ainda não começou".
""Não tem nada ganho. É verdade que o PT está vivendo o seu melhor momento político, mas o instante é de muita cautela e pé no chão", afirmou.
Na pesquisa de abril do Instituto Sensus realizada para a CNT (Confederação Nacional do Transporte), divulgada anteontem, Lula aparece com 37,9%, um crescimento de 5,8 pontos percentuais em relação à consulta de março. Na pesquisa Datafolha do dia 9 de abril, Lula recebeu 32% das intenções de voto, no cenário sem Roseana Sarney (PFL).

Reação
O líder do PT na Câmara, João Paulo Cunha, e o deputado Aloizio Mercadante apresentaram ontem moção de repúdio ao que chamaram de "interferência indevida de bancos norte-americanos e de corretoras de investimentos estrangeiras no processo eleitoral brasileiro". A moção ainda não foi analisada. Segundo o documento, a "lisura dos pleitos eleitorais se sustenta na escolha soberana do povo feita com base em informações fidedignas e concretas".


Colaborou a Sucursal de Brasília



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