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Campanha "não caiu do céu", afirma Dante, autor da emenda das Diretas
DA REPORTAGEM LOCAL
O ex-deputado Dante de Oliveira disse que a campanha das diretas "não caiu do céu". Ela foi o indício mais nítido, na época, do esgotamento do ciclo militar. "Havia cansaço da sociedade."
Era um sentimento tão profundo que as lideranças do movimento não tinham muito espaço
de negociação. Os milhões de brasileiros que saíram às ruas não admitiriam ser traídos por compromissos que não os fizessem votar
para presidente.
A abertura era algo bastante frágil. "O governo estava sempre disposto a fechar as comportas em
cima das esquerdas." Se o comando da situação escapava de suas
mãos, como aconteceu quando os
comícios das diretas passaram a
atrair multidões, o regime "reagia
com medidas de emergência, com
a censura à imprensa".
Os cidadãos só foram às ruas
"porque acreditavam que, com as
diretas, também forçariam mudanças na política econômica e
social". E essa dívida persiste nos
quase 20 anos de democracia.
Leonelli
Domingos Leonelli, ex-deputado do PMDB e hoje presidente do
PSB da Bahia, relatou as dificuldades encontradas por ele e por
Dante de Oliveira ao pesquisarem
para o livro sobre as Diretas-Já.
Quando se escreve sobre o poder as coisas são mais fáceis, porque ele "registra seus atos e há
fontes mais ricas para garimpar".
Isso não acontece quando se escreve sobre a oposição, em que as
informações são mais dispersas.
(JBN)
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