São Paulo, quinta-feira, 01 de maio de 2008

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Marta pede intervenção de Lula para ter PR

Solicitação do PT foi feita depois que aliado federal chegou perto de fechar aliança com Kassab, como já fez o PMDB

Presidente municipal do PR se diz "livre" para buscar nova aliança; petistas falam em listar cargos de 1º e 2º escalões da sigla no governo


FERNANDO BARROS DE MELLO
JOSÉ ALBERTO BOMBIG

DA REPORTAGEM LOCAL

Em um dia movimentado, em que o PR esteve na iminência de fechar um acordo com o prefeito Gilberto Kassab (DEM), o PT paulistano recorreu ao Palácio do Planalto como última tentativa de barrar a segunda aliança do democrata, que já recebeu apoio do PMDB.
Após a movimentação do PT nos últimos dias para atrair partidos do chamado bloquinho (PSB, PDT e PC do B) para a possível chapa da ministra Marta Suplicy (Turismo), o PR marcou reunião com Kassab para o próximo sábado.
No entender dos petistas, Kassab tem colocado todo o seu peso político e o da máquina pública para atrair o PR. O antídoto, nesse caso, só poderá partir do governo federal.
No meio da tarde, o anúncio oficial do apoio ao prefeito chegou a ser cogitado para a próxima terça-feira.
O presidente do diretório municipal do PR, vereador Toninho Paiva, divulgou uma carta dizendo que a intenção "sempre foi a de manter a aliança existente com o Partido dos Trabalhadores", mas que "diante do atual quadro (...) sente-se livre para conversar com outras agremiações e até buscar uma nova aliança".
"O primeiro contato formal ocorreu no início do mês de abril, quando o PT aguardava uma posição do PMDB sobre uma possível indicação do vice na futura chapa. Na época, o PR deixou claro que numa nova aliança o partido não aceitaria ser colocado em segundo plano", escreveu Paiva.
"Um novo contato foi mantido ontem [anteontem, 29 de abril] e o PR foi informado sobre negociações em andamento com o denominado bloquinho", complementou.
O PR pediu ao PT a vaga de vice na chapa de Marta. Dois nomes foram oferecidos, o do economista Marcos Cintra e do vereador Aurélio Miguel.
No inicio da noite, em evento na capital paulista, Marta disse que a carta de Paiva não a preocupa. "Não creio que ameace nada, que perturbe nada. Nós temos interesse em nos coligarmos com a base aliada do presidente Lula. Todos esses partidos [incluindo o bloquinho] fazem parte dela", disse Marta.
Nos bastidores, aliados da ministra dizem que o grupo solicitou ao Planalto uma espécie de intervenção branca na negociação com o PR. A idéia é listar todos os cargos de primeiro e segundo escalões que o partido possui no governo federal, com ênfase em São Paulo.
Em outra frente, os petistas vão aumentar a pressão sobre o presidente na Câmara Municipal, Antonio Carlos Rodrigues (PR), considerado um antigo aliado de Marta.
Sobre o lançamento da candidatura do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), a petista disse que o PT não irá alterar o cronograma eleitoral inicialmente previsto. Ainda sobre isso, Marta continuou afirmando que ainda não tomou uma decisão sobre se irá concorrer à prefeitura neste ano. Mas disse que "seu coração de paulistana tem falado mais alto".
No entorno da ministra, há quem defenda que, apesar de muito desejável, a aliança com o PR não é vital para a candidatura. O cálculo é que Marta já tem garantidos quatro minutos em cada um dos blocos do horário eleitoral gratuito de TV. Assim, seria necessário apenas mais um minuto para atingir a marca mínima estabelecida pelo principal marqueteiro da campanha, João Santana.


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