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Guiana convida arrozeiros que ocupavam a reserva indígena a plantarem no país
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os cinco arrozeiros que ocupavam até ontem a Raposa/
Serra do Sol, em Roraima, foram convidados pelo governo
da Guiana, que faz fronteira
com o Brasil -e com a terra indígena-, a plantarem no país.
No início desta semana, em
Boa Vista, os produtores se reuniram com Robert Persaud, ministro da Agricultura da Guiana. Ele se comprometeu a ajudá-los com tudo, como logística
e infraestrutura, mas há condicionantes: 85% da força de trabalho deverá ser guianense e a
terra não será dos arrozeiros.
Haverá cessão de uso do solo,
por até 25 anos, renováveis pelo mesmo prazo.
A Embaixada da Guiana em
Brasília disse desconhecer a informação. Os rizicultores, que
ainda não decidiram sobre a
proposta, vão visitar o país nos
próximos dias.
O interesse da Guiana pelo
arroz de Roraima não é recente. Os primeiros contatos ocorreram em 2005, quando a reserva foi homologada pelo presidente Lula. Na época, a conversa não prosperou, sendo retomada agora.
Segundo Nelson Itikawa, um
dos cinco arrozeiros que estavam na Raposa e presidente da
Associação dos Arrozeiros de
Roraima, o governo da Guiana
ofereceu duas possibilidades de
área para eles se instalarem.
Uma é na cidade de Lethem,
vizinha da brasileira Bonfim,
em Roraima. O local seria melhor pela proximidade com Boa
Vista (pouco mais de 140 km),
onde os fazendeiros têm empresas de processamento de arroz e pelo fato da cidade ser
cortada pelo rio Tacutu, o que
favorece o plantio.
O outro local é na região de
Georgetown, capital do país,
que possui porto, de onde a
produção pode ser escoada para outros países. Mas os custos
da mudança para lá seriam
maiores.
(LUCAS FERRAZ)
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