São Paulo, sexta, 1 de maio de 1998

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Painel


Só reage com pesquisa

FHC está mais preocupado com a seca do que com a reforma da Previdência. Teme que, depois do incêndio em Roraima, fique a imagem de que só dá atenção a um problema, especialmente social, quando ele chega às manchetes.


Virou mixaria

Chega a R$ 250 mi a verba orçamentária que os deputados estão pedindo da Caixa Econômica Federal para votar a reforma da Previdência. Segundo um líder, não é muito. A liberação está bem encaminhada, e a reforma deve ser aprovada na quarta.

Rumo ao penta

Sempre que alguém lembra que a reeleição de FHC ainda não está garantida, um ministro do Planalto responde, em tom arrogante: "Dê um nome que ganhe da gente! Dê um nome!"


Só para o ego

Inocêncio Oliveira (PFL-PE) virou motivo de piada no Congresso depois de dizer que aprofundaria a conversa com FHC sobre a liderança do governo só após a votação da Previdência. "Ela vai servir para quê?", perguntavam parlamentares.


Todos têm razão
Aliados do Planalto não aceitam a acusação de que chantageiam o governo para votar a reforma. Estaria ocorrendo o contrário. FHC é que condicionaria a liberação de verbas orçamentárias ao sim em plenário.

Cara-de-pau

Os sindicatos intensificaram o lobby contra o projeto que congela os vencimentos dos juízes classistas. Em fax a deputados, acusam a medida de ter "nítida inspiração corporativista".


Sonho meu
Itamar e Brizola trocam sinais de fumaça. O cacique pedetista, que voltou a sonhar com a própria candidatura, acha que pode contar com parte do PMDB.


Pela tangente
Celso de Mello (STF), que suspendeu a decisão do STJ favorável aos marajás da Assembléia do Rio, não aguentou o tranco: declarou-se impedido de votar o mérito da questão, que ainda será julgada no Supremo.


Tradição judicial

O presidente da OAB federal, Reginaldo de Castro, foi designado para fazer um relatório em dez dias sobre Eldorado do Carajás para José Gregori (Direitos Humanos). Missão: apontar a razão da morosidade da Justiça em punir os culpados pelo massacre dos sem-terra em 96.


Bolsa de apostas

Começou um movimento no PT que aponta Eduardo Suplicy como o mais cotado para substituir Lula, caso ele desista de disputar a Presidência. O governador Cristovam Buarque (DF) não se desincompatibilizou. Tarso Genro (RS) viu que é fria.


Papel de bobo

O movimento "Fora Pitta", que distribuiu quase 2 milhões de panfletos exaltando os vereadores paulistanos rebeldes, não contava com poder de convencimento de Maluf. Agora promete novos panfletos. Para acusá-los.


Não quer e não pode

Além de compromissos internacionais entre 10 de maio e 6 de junho, Tarso Genro diz que não participa de articulação alternativa a Lula por um motivo: "Uma crise estrutural como essa, que não vai passar logo, não aceita candidato a presidente como mero substituto".


Direto para sanção

Dos 36 projetos aprovados pela CCJ da Câmara nesta semana, há um que amplia o prazo para imigrantes ilegais pedirem permanência provisória e outro que transfere da pasta do Trabalho para a Fenaj a responsabilidade pelo registro de jornalistas.


Protocolo

O ministro do Trabalho, Edward Amadeo, encontrou-se ontem com Marco Maciel, que falou do desemprego em Pernambuco. Os dois devem visitar juntos no fim do mês a Grande Recife e o interior do Estado.

E-mail: painel@uol.com.br
TIROTEIO

De Padre Roque (PT-PR), sobre o fracasso da articulação para que o novo líder do governo na Câmara fosse Inocêncio Oliveira (PFL-PE), acusado de usar verbas públicas para abrir poços em suas propriedades:
- É uma pena. Não sei se ele seria um bom articulador, mas com certeza poderia dar uma grande contribuição para a solução do problema da seca no Nordeste. Afinal, entende de poços artesianos com ninguém.

CONTRAPONTO
Uma cravo e outra na ferradura
A posse de André Lara Resende ontem no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) foi muito concorrida.
O pequeno auditório do Ministério do Planejamento ficou lotado, e os convidados tiveram de se acomodar nos corredores, dificultando a passagem.
Paulo Renato (Educação) e Waldeck Ornélas (Previdência) chegaram quando o auditório já estava cheio e tiveram que abrir caminho, apressadamente, em direção à mesa onde se encontravam Paulo Paiva (Planejamento) e Lara Resende.
No empurra-empurra, Ornélas se desequilibrou e só não caiu graças ao reflexo de Paulo Renato, que o amparou. Sem graça, Ornélas brincou:
- Tá vendo! É o PSDB querendo derrubar o PFL.
Mas Paulo Renato retrucou imediatamente:
- Nada disso. É o PSDB que está segurando para o PFL não cair!



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