|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
BASE GOVERNISTA
Tucanos avaliam que têm tido postura passiva e querem tornar a Executiva Nacional mais "atuante"
PSDB quer influência maior no governo
PATRÍCIA ANDRADE
da Reportagem Local
Incomodados com o que chamam de "postura passiva" do
PSDB diante dos últimos acontecimentos, como as investigações sobre os bancos, os tucanos articulam mudanças na Executiva Nacional do partido, com o objetivo
de torná-lo mais "atuante" e "influente" no governo Fernando
Henrique Cardoso.
Nesse cenário de renovação, o
PSDB de São Paulo já tem um nome para integrar a Executiva: o ex-ministro das Comunicações Luiz
Carlos Mendonça de Barros, que
deixou o governo depois do escândalo do grampo nos telefones do
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social).
Alguns tucanos paulistas defendem o nome de Mendonça de Barros para o cargo de secretário-geral, posto já ocupado pelo ministro
Sérgio Motta, que morreu em abril
do ano passado.
Segundo esses peessedebistas,
Mendonça de Barros seria a pessoa
ideal para ocupar a secretaria geral
por ser considerado um "bom operador" na política e lembrar o estilo "trator" de Motta. No dia 15 deste mês, será realizada a convenção
do partido para eleição do novo
comando do PSDB.
O desejo inicial de alguns setores
do PSDB era o de transformar o
governador de São Paulo, Mário
Covas, em presidente do partido.
Com a reiterada recusa dele, que
ainda se recupera da extração de
um tumor na bexiga, os tucanos
partiram para um segundo plano:
reconduzir o atual presidente, senador Teotônio Vilela Filho
(PSDB-AL), mas "oxigenar" a Executiva com novos nomes.
"O PSDB precisa se preparar para as eleições de 2000 e de 2002. Os
outros partidos (PFL e PMDB) já
estão se movimentando claramente nesse sentido e têm atropelado o
próprio governo. E o PSDB assiste
a tudo passivamente", critica o governador de Mato Grosso, Dante
de Oliveira, lembrando que o
PMDB foi o padrinho da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito)
dos Bancos e o presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães
(PFL-BA), o da CPI do Judiciário.
"O governo está meio devagar e
confuso desde o episódio do grampo do BNDES. O PSDB precisa
atuar com maior influência junto
ao presidente, que acabou ficando
isolado. Mas precisamos entender
que o governo é composto por
uma aliança, que ainda vai perdurar. O que temos de fazer é agir
com desenvoltura igual ou maior
que a dos outros aliados", diz José
Aníbal, secretário de Ciência e
Tecnologia do governo Covas.
Na avaliação dos tucanos, o fortalecimento do PSDB passa por
uma Executiva com maior peso
político.
Além de Mendonça de Barros, o
senador Paulo Hartung (ES) também é cotado para a secretaria geral. Os deputados Roberto Brant
(MG) e Alberto Goldman (SP), e
Euclides Scalco e José Richa são
outros políticos cogitados para integrar essa nova direção.
A Executiva é formada por um
presidente, quatro vices, um secretário-geral, um tesoureiro e pelos
primeiro e segundo secretários.
Governadores tucanos se reuniriam com Covas ontem à noite, no
Palácio dos Bandeirantes, para traçar as estratégias de ação do partido daqui para a frente.
Dante de Oliveira ainda defendia
o nome de Covas para a presidência do PSDB. Segundo ele, uma solução para poupar o governador
paulista seria criar um colegiado
de cinco vice-presidentes, que ficaria com as tarefas mais operacionais. Covas, então, teria um papel
mais político, não precisando se
ausentar muito de São Paulo.
Uma das alegações do governador para não assumir a presidência
é que ele está, somente agora, reassumindo o governo na plenitude.
Covas fez uma cirurgia na bexiga
em dezembro e teve de se submeter a três sessões de quimioterapia,
que o levaram a reduzir o trabalho
por cinco meses.
Texto Anterior: Pernambuco diz não poder resgatar papéis Próximo Texto: Covas vê "fumaça" demais no caso dos bancos e cobra rapidez Índice
|