São Paulo, sexta-feira, 01 de junho de 2001

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TROMBONE FINAL

Ex-senador diz que governador é "bom nome" para Presidência

ACM nega candidatura ao Planalto e volta a citar Tasso

ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Na despedida de Brasília, o ex-senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) defendeu ontem que Tasso Jereissati, governador do Ceará, é um "bom nome" para liderar uma aliança ""independente do governo" na sucessão de Fernando Henrique Cardoso.
Tasso foi um dos raros políticos fora do PFL a se opor à cassação do mandato do baiano. ACM descartou a possibilidade de candidatar-se ao Planalto em 2002, como havia sugerido no discurso da véspera. "Fui linchado três vezes. Você acha que eu tenho condição de ser presidente depois disso?", questionou. "Apelo do partido eu só aceitaria para ganhar [a eleição", [apelo" é muito bonito, mas perde. Eu gosto de ganhar."
Na análise do pefelista, a oposição tem nomes com maior viabilidade eleitoral do que a base aliada do governo no momento. Citou Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Itamar Franco (PMDB), Ciro Gomes (PPS) e Anthony Garotinho (PSB). "Isso não quer dizer que eu me defina por nenhum deles."
ACM voltou a alfinetar o presidente. "Se não mudar, a situação do governo é difícil. Aí, só se o governo também mudar. Mas é difícil mudar com a vaidade do presidente Fernando Henrique."
O "cabeça branca", como ACM é chamado no jingle composto pelo publicitário Nizan Guanaes, recusa-se a encarar que o carlismo hoje não é mais o mesmo nem na Bahia. Manifestações contrárias, só as aceita se feitas "educadamente". ACM dá sinais de que vai usar e abusar da "posição de independência" que o PFL lhe conferiu. "Quando o governo estiver certo, eu apóio. Quando estiver errado, eu bato. O pior é que só está errando."
Após o almoço, ACM seguiu para o aeroporto de Brasília. Nenhum cacique pefelista o acompanhou. De políticos, só os fiéis senadores do PFL Paulo Souto e Waldeck Ornélas.
Nos solitários acenos finais, mais farpas. "O maior alívio é não ver mais [Roberto" Freire [senador pelo PPS-PE" nem a hipocrisia de [Pedro" Simon [senador pelo PMDB-RS"." Chamou Freire de "covarde" e "gigolô do PPS".
As ofensas se colocaram como resposta aos ataques que sofreu do pernambucano e do gaúcho.
Para FHC, com quem falou pela última vez em 8 de fevereiro, quando recebeu uma carta de saudação pelo fim de seu mandato na presidência do Senado, ACM deixou uma mensagem seca: "Adeus!".



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