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ACM Júnior assume e afirma que não é político
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O senador Antonio Carlos Magalhães Júnior assumiu ontem a
cadeira que foi de seu pai, e já deixou clara a diferença de estilos entre ambos: fez um discurso curto,
apertou protocolarmente a mão
do presidente da Casa, Jader Barbalho (PMDB- PA), e fez questão
de dizer que não é político.
Apesar de dizer que não vai interferir no mandato do filho,
ACM respondeu por Júnior as
duas primeiras perguntas dos jornalistas. Ele vai representar contra Jader no Conselho de Ética?
"Não", respondeu o pai. Vai assinar o requerimento da CPI da
Corrupção? Novamente, a resposta do patriarca foi "não".
Visivelmente deslocado num
ambiente que não é o seu, o empresário e professor universitário
ACM Júnior -ou Antonio Carlos
Júnior, nome parlamentar que
adotou- fez um desagravo ao
pai nos menos de cinco minutos
em que ocupou a tribuna.
"O destino me traz hoje a assumir o mandato de senador em
substituição ao meu pai, que foi
tão injustamente julgado por alguns dos senhores, mas que pela
renúncia encontrou a melhor maneira de servir à Bahia e ao Brasil",
disse, no início do discurso.
A falta de vocação política foi
explicitada no discurso: "Minha
única pretensão é a de honrar o
mandato, seguindo-lhe [de ACM"
os passos firmes de toda a sua vida
dedicada ao bem público."
Dizendo ser de uma "família
política", homenageou o irmão "e
amigo" Luís Eduardo Magalhães,
morto em 1998, "um reformador
e, mais do que isso, um dos maiores vultos da sua época".
Ao fim do discurso, repetiu uma
frase do irmão sobre o pai: "Tenho a responsabilidade de ser filho do maior político brasileiro e,
ao mesmo tempo, do homem que
conheço que mais ama a Bahia".
ACM foi muito cumprimentado por pefelistas e membros de
outros partidos. "Vou lhe ver lá
[na Bahia". Comer um acarajé e
uma moqueca de siri mole", disse
José Agripino Maia ao senador,
na despedida.
(VERA MAGALHÃES)
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