ROBERTO COSSO
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

O Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal inicia hoje uma perícia no disco rígido do computador que controla o painel do Senado para identificar todas as vezes que votações secretas foram violadas.
A perícia foi determinada pelo corregedor do Senado, Romeu Tuma (PFL-SP), que espera obter informações desde 1997. "Se houve um ataque internado pode ter havido outros", diz Tuma.
Os trabalhos da PF foram autorizados pelo presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA), e pelo primeiro-secretário da Casa, Carlos Wilson (PPS-PE).
Não é a primeira vez que o disco rígido passa por uma perícia. Em abril, os peritos da Unicamp atestaram que houve violação dos votos da sessão que cassou o ex-senador Luiz Estevão (PMDB-DF).
"Há novos quesitos, que não foram formulados para a Unicamp", diz Tuma. Os peritos da PF farão hoje uma cópia de todos os arquivos do disco. Depois, os dados serão analisados nos laboratórios da polícia. Os técnicos da Unicamp irão acompanhar o processo de cópia das informações.
Tuma disse que o Senado poderá pedir de volta parte do que pagou pelo painel. "Se ele [o painel" é facilmente violável e foi vendido como totalmente inviolável, temos de obter o ressarcimento."
Tuma recebeu ontem um laudo, também realizado pela PF, do computador de Ivar Alves Ferreira, técnico do Prodasen que participou da quebra de sigilo da votação que cassou Luiz Estevão. Nele, os peritos encontraram dois fragmentos de listas com nomes de senadores, que poderiam, em tese, ser listas de votação.
Mas como elas não trazem o voto de cada congressista, Tuma afirma que não há nenhum indício de que o painel possa ter sido violado outras vezes. Ao lado do nome de cada senador consta um mesmo símbolo, sem que haja nada que caracterize sua posição.


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