São Paulo, sábado, 01 de junho de 2002

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Ciro vê distorção em fala sobre aborto

DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

O pré-candidato à Presidência pelo PPS, Ciro Gomes, afirmou ontem que suas palavras sobre o aborto foram distorcidas pela "imprensa do Sul" e que é declaradamente contra a prática.
"Evidentemente, qualquer pessoa que tenha o mínimo de razoabilidade sabe que isso é uma tragédia humana, que isso é a morte e a morte é o fim, agora acho que o aborto é um assunto da mulher, da família, que deve ser feito consultando suas convicções religiosas, num ambiente de cuidado com a saúde, de educação, e que não é assunto para polícia nem para político", afirmou.
As declarações do presidenciável repetem o teor das publicadas pela Folha anteontem, quando Ciro ainda afirmou, durante gravação do programa ""Gordo a Go-Go", considerar ""errada" a proibição legal do aborto no país.
""Está errado", disse Ciro, diante do comentário do apresentador João Gordo de que a prática é proibida. Segundo a legislação brasileira, o aborto é permitido apenas em caso de estupro ou de risco de vida para a gestante.
O ex-ministro participou ontem de uma palestra para cerca de cem empresários, em Fortaleza.
Em entrevista antes da palestra, o pré-candidato disse que aceitaria o apoio de ex-senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA).
"Se vier, vai ser bem-vindo." Ciro, porém, não quis comentar as negociações de aliança com o PFL nos Estados.
Depois de muito tempo trabalhando apenas nos bastidores, ACM anunciou anteontem o seu apoio ao pré-candidato do PPS.
Ele também não falou sobre o vice de sua chapa. O nome, de acordo com o presidenciável, será anunciado na próxima semana.
Entre os cotados, o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, na casa de quem Ciro jantou na última quarta-feira, o deputado Walfrido Mares Guia, o ex-governador Hélio Garcia, de Minas Gerais, e a ex-vereadora Sônia Santos.
Tanto na entrevista como na palestra Ciro aproveitou para criticar o uso do marketing político por seus principais rivais, José Serra (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "Eu não tenho a doença da inocência", disse, ao referir-se à propaganda política em que Lula aparece chorando e Serra aparece entre crianças.
Na palestra, Ciro falou sobre globalização e criticou o governo de Fernando Henrique Cardoso, que, segundo o ex-ministro, está levando o país a se transformar em uma Argentina.
Ciro ainda criticou FHC ao dizer que o dinheiro das privatizações, que deveria servir para pagar a dívida interna, teria tido outros fins.


Colaborou a Reportagem Local


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