São Paulo, sábado, 01 de junho de 2002

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Garotinho quer barrar pesquisa no TSE

LIEGE ALBUQUERQUE
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidenciável Anthony Garotinho (PSB) disse ontem que entrará, na próxima semana, com uma ação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para proibir a divulgação de pesquisas encomendadas por partidos políticos.
Seu primeiro alvo será uma pesquisa, encomendada pelo PSDB ao instituto Vox Populi, que foi registrada no TSE no dia 27 de maio. A lei obriga o registro cinco dias antes de sua publicação.
Para Garotinho, pesquisas encomendadas por partidos "devem ser usadas apenas para consumo interno e não para enganar a opinião pública".
Ele diz ter "informações seguras" de que o questionário da pesquisa -com cerca de cem perguntas- induzia as respostas, favorecendo o pré-candidato do PSDB a presidente, José Serra.
"No meio da entrevista, havia perguntas assim: você sabe quem foi o ministro que criou os remédios genéricos? E quem lançou o kit contra a Aids? Só depois perguntavam em quem o entrevistado iria votar", disse. Além disso, segundo ele, a pesquisa tinha "abuso da margem de erro".

Economista
Ontem, em visita a cinco cidades do sul da Bahia, Garotinho disse que "baiano que vota em Serra trai o seu Estado". "A Bahia está sendo discriminada, maltratada e humilhada pelo governo que José Serra representa", disse.
Para Garotinho, no Ministério da Saúde, o tucano colocou em prática a sua profissão de economista "de uma forma completamente equivocada". "Serra economizou em vacinas, remédios e seringas, demitiu mata-mosquitos, destruiu o SUS. Com tanta economia, o resultado não poderia ser diferente: a dengue, a malária e a tuberculose apareceram", disse. "Serra é um despreparado e incompetente", afirmou.

Notícia liberada
Garotinho liberou a publicação, pela revista "IstoÉ", de trechos de gravações de conversas suas resultantes de escutas clandestinas .
Autor das gravações, o empresário Guilherme Gomes Freire, ex-aliado e hoje inimigo de Garotinho, acusa o presidenciável de envolvimento com desvio de dinheiro público e fraude fiscal, entre outros crimes, que teriam sido cometidos de 1994 a 1997.
Garotinho nega os crimes. Em julho de 2001, conseguiu o embargo judicial da publicação das fitas. Disse que mudou de idéia porque a decisão de recorrer à Justiça causou "alarde excessivo".


Colaboraram a Agência Folha e a Sucursal do Rio


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