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Reunião de diretores revela clima tenso que a PF enfrenta
Paulo Lacerda pede que decisão do STJ de afastamento de três delegados federais não seja levada para o lado pessoal
Entre afastados está Zulmar Pimentel, segundo homem na hierarquia, que nega acusação de vazamento
de informações sigilosas
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A reunião de superintendentes e diretores da Polícia Federal, convocada em caráter de
emergência anteontem para
comunicar a decisão do Superior Tribunal de Justiça que determinou o afastamento de três
delegados, revelou o tom tenso
que a instituição vive hoje.
Afastado do cargo por 60
dias, Zulmar Pimentel, que até
então era diretor-executivo, o
segundo homem na hierarquia
da PF, criticou a forma de atuação da Diretoria de Inteligência
Policial, responsável pela investigação relacionada às operações Navalha e Octopus.
Para Zulmar, que segundo o
inquérito da Navalha teria vazado informações sigilosas para policiais investigados -acusação que ele nega-, da forma
como o trabalho é feito hoje,
pode ser usado para favorecer
propósitos pessoais.
Era um recado para o diretor
da Inteligência, Renato Porciúncula, principal adversário
de Zulmar na disputa para suceder Paulo Lacerda como diretor-geral da PF. Porciúncula
defendeu métodos de sua equipe e disse que o trabalho feito
segue a lei e foi encaminhado às
autoridades competentes.
Na segunda-feira, a ministra
do STJ Eliana Calmon ordenou
o afastamento de Zulmar, César Nunes, superintendente da
PF na Bahia, e Paulo Bezerra,
secretário de Segurança da Bahia. Sobre Nunes, a acusação é
que teria prejudicado o trabalho da PF em duas ocasiões: na
prisão de dois policiais em missão no aeroporto de Salvador e
na apreensão de um computador usado por delegado na superintendência da PF na Bahia.
Nunes negou as acusações.
Diante do clima tenso, Lacerda pediu que não levassem a decisão para o lado pessoal. Disse
que "decisão judicial não se discute, se cumpre". Bezerra esteve ontem na PF em Brasília, onde se encontraria com Lacerda.
Até o fechamento desta edição,
não havia saído do prédio. Zulmar esteve na sede, para, diz a
assessoria, recolher pertences.
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