São Paulo, sexta-feira, 01 de junho de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Reunião de diretores revela clima tenso que a PF enfrenta

Paulo Lacerda pede que decisão do STJ de afastamento de três delegados federais não seja levada para o lado pessoal

Entre afastados está Zulmar Pimentel, segundo homem na hierarquia, que nega acusação de vazamento de informações sigilosas


ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A reunião de superintendentes e diretores da Polícia Federal, convocada em caráter de emergência anteontem para comunicar a decisão do Superior Tribunal de Justiça que determinou o afastamento de três delegados, revelou o tom tenso que a instituição vive hoje.
Afastado do cargo por 60 dias, Zulmar Pimentel, que até então era diretor-executivo, o segundo homem na hierarquia da PF, criticou a forma de atuação da Diretoria de Inteligência Policial, responsável pela investigação relacionada às operações Navalha e Octopus.
Para Zulmar, que segundo o inquérito da Navalha teria vazado informações sigilosas para policiais investigados -acusação que ele nega-, da forma como o trabalho é feito hoje, pode ser usado para favorecer propósitos pessoais.
Era um recado para o diretor da Inteligência, Renato Porciúncula, principal adversário de Zulmar na disputa para suceder Paulo Lacerda como diretor-geral da PF. Porciúncula defendeu métodos de sua equipe e disse que o trabalho feito segue a lei e foi encaminhado às autoridades competentes.
Na segunda-feira, a ministra do STJ Eliana Calmon ordenou o afastamento de Zulmar, César Nunes, superintendente da PF na Bahia, e Paulo Bezerra, secretário de Segurança da Bahia. Sobre Nunes, a acusação é que teria prejudicado o trabalho da PF em duas ocasiões: na prisão de dois policiais em missão no aeroporto de Salvador e na apreensão de um computador usado por delegado na superintendência da PF na Bahia. Nunes negou as acusações.
Diante do clima tenso, Lacerda pediu que não levassem a decisão para o lado pessoal. Disse que "decisão judicial não se discute, se cumpre". Bezerra esteve ontem na PF em Brasília, onde se encontraria com Lacerda. Até o fechamento desta edição, não havia saído do prédio. Zulmar esteve na sede, para, diz a assessoria, recolher pertences.


Texto Anterior: Minas Gerais: Secretário da Fazenda de Aécio é citado em grampo da polícia
Próximo Texto: Governo faz projeto que libera mineração em terras indígenas
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.