|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Biblioteca já não tem espaço para o acervo
MARCELO BERABA
DA SUCURSAL DO RIO
Os 200 anos da imprensa brasileira já não cabem
na Biblioteca Nacional.
Seus 16,2 quilômetros de
estantes nos seis andares
da ala destinada aos periódicos, no Rio, estão abarrotados e não têm como
acomodar as publicações
que não param de chegar.
O edifício de 1910 não
tem espaço para guardar o
acervo nem para atender
os leitores com conforto e
segurança. Construído para receber 500 mil volumes, abriga hoje 9 milhões
de livros, periódicos, mapas, fotos e manuscritos.
As várias reformas executadas ao longo do século
20 esbarram na área do
prédio (13 mil m2) e nas
suas características. A dificuldade de incorporação
de facilidades tecnológicas
incomuns quando foi erguido (elevadores, ar-condicionado e controle de
umidade) é um obstáculo
à sua modernização.
Os jornais estão hoje
acondicionados em dois
depósitos. A maior parte
está no Armazém dos Periódicos, que abriga os títulos do século 20 e os que
foram lançados no século
19 e continuam a circular,
como o "Diário de Pernambuco" (1825). São cerca de 60 mil títulos de jornais, revistas e boletins.
Não há espaço para os
3.000 exemplares de jornais que recebe por mês.
Os periódicos que viveram
e morreram no século 19
estão no Armazém de
Obras Raras, que guarda
mais de 6.500 títulos.
A solução para aliviar as
prateleiras já existe, mas
falta dinheiro para concretizá-la: é a implementação da Hemeroteca Brasileira. A BN adquiriu em
1988 uma área de 16 mil
m2 na zona portuária. A
antiga Estação de Expurgo, de 1949, tem uma estrutura sólida e espaço para receber todos os periódicos. O traslado abrirá espaço para o velho prédio
da Cinelândia acolher os
40 mil livros que esperam
um lugarzinho numa estante para serem lidos.
Enquanto isso, eles estão
empilhados em depósitos.
Texto Anterior: Imprensa brasileira faz 200 anos Próximo Texto: Artigo: Imprensa é "I" de Independência Índice
|