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São Paulo, terça-feira, 01 de julho de 2003

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PAINEL

Forças da natureza
O Planalto está convencido de que a reforma da Previdência, ainda que mais polêmica, será aprovada antes da tributária. A segunda têm pontos que desagradam a governadores e a empresários, ambos com maior poder de lobby no Congresso do que o funcionalismo público.

Acertar os ponteiros
As bancadas do PT na Câmara e no Senado deverão se reunir nos próximos dias para tirar uma posição conjunta sobre as reformas. A cúpula do partido não quer dar margem para que os senadores petistas modifiquem pontos aprovados pela bancada da Câmara.

Orelhas quentes
Governadores passaram o fim de semana ao telefone para organizar a pressão sobre o Planalto em favor da partilha dos recursos da Cide (contribuição sobre consumo de combustíveis) e da CPMF com os Estados.

Telefone vermelho
Os principais articuladores da pressão dos governadores sobre Lula pela divisão das contribuições foram Ronaldo Lessa (PSB-AL), Aécio Neves (PSDB-MG) e Germano Rigotto (PMDB-RS).

Falta sentida
Após a reunião dos governadores com Lula, Roberto Requião (PMDB-PR) espalhou uma frase atribuindo-a a Lúcio Alcântara (PSDB-CE): "A ausência de Joaquim Roriz preencheu grande lacuna". O cearense negou a autoria da piada.

Causa e efeito
Ambientalistas apontaram a Marina Silva (Meio Ambiente) um dos principais motivos para o aumento de 40% no desmatamento da Amazônia: a expansão das plantações de soja no norte do MT. O governo deverá anunciar medidas de prevenção.

Êxodo previsto
O PSDB acredita que mais cinco deputados federais deverão deixar o partido até agosto.

Guerra petista
De Doutor Rosinha, sobre Tião Viana acusar de autopromoção os deputados que anunciaram recusar o salário da convocação extraordinária: "Não recebo por causa de um velho princípio do PT, que poucos guardam. Até os anos 90, assinávamos termo eleitoral nos comprometendo a devolvê-lo".

Questão de princípios
No "tribunal paralelo dos radicais", promovido pela esquerda do PT, Roberto Romano, professor de filosofia política da Unicamp, disse que eles não faltaram com a ética. "É a direção do PT que, por falta de coerência e atitudes arbitrárias, deveria ser condenada por falta de ética."

Representatividade
Nelson Pellegrino (BA), líder do PT na Câmara, respondeu a parlamentares da esquerda do partido que há dois representantes da maioria (José Mentor e Eduardo Valverde) e um da minoria (Iriny Lopes) na CPI do Banestado. Reclamavam ter sido excluídos da investigação.

Luzes, câmera...
Avaliação de João Herrmann (PPS-SP) sobre o desempenho de Marta Suplicy (PT) em SP: "Diria que a prefeita é uma Hebe Camargo com mandato".

O Gil que se cuide
Juca Ferreira, que assumiu ontem interinamente a cadeira de Gilberto Gil na Cultura, distribuiu informes à imprensa dizendo que sua missão será "implantar um novo ministério, mais eficiente, menos burocrático e mais transparente".

Outro lado
Sidney Beraldo (Assembléia de SP) diz que tem trabalhado para reduzir o número de sessões extraordinárias na Casa, que pagam R$ 393 por parlamentar. No primeiro semestre, afirma, foram 20. Em 2002, no mesmo período, houve 46.

Ideologia
O deputado estadual Ratinho Júnior (PR), filho do apresentador de televisão, trocará no próximo dia 7 o PSB pelo PPS.

TIROTEIO

De Domingos Leonelli, presidente do PSB-BA, sobre o PT:
-O PT conseguiu o crime perfeito: ser governo e oposição ao mesmo tempo. Encanta o mercado com sua política econômica e o seu eleitorado tradicional por meio dos radicais.

CONTRAPONTO

Evitar constrangimentos

A Câmara promoveu na semana passada a chamada "Semana da Segurança Pública", a fim de debater a violência e votar projetos relativos ao assunto.
Nos dias que antecederam a iniciativa, houve uma verdadeira romaria de deputados à presidência da Câmara. Os parlamentares desejavam ter suas propostas incluídas na pauta.
Celso Russomano (PP) foi um dos mais insistentes. Ele é autor de projeto que cria um cadastro único de documentos. Mas João Paulo sempre o dispensava:
-Não é prioridade...
O deputado, porém, não desistia. Até que, no meio de uma reunião de líderes, ele entrou no gabinete do presidente e ouviu o argumento definitivo:
-Russomano, você já parou para pensar qual seria a sigla do cadastro único?
Enquanto os deputados caíam na gargalhada, Russomano deixou a sala cabisbaixo.


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