São Paulo, quinta-feira, 01 de julho de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Um quarto dos paulistanos prefere obras a honestidade

Peso da proposta de governo na definição do voto passa de 44%, em 2000, para 54%

DA REDAÇÃO

A pesquisa Datafolha mostrou uma leve oscilação na importância do item honestidade na decisão do voto. Em março de 2000, 22% dos paulistanos declararam que preferiam um prefeito "que fizesse muita coisa, mesmo que roubasse um pouco". Já no levantamento feito nos dias 24 e 25 passados, essa taxa oscilou para 25%.
Em contrapartida, a taxa dos que preferiam um prefeito "totalmente honesto, ainda que faça menos", oscilou de 74%, em 2000, para 71%, no mês passado.
Duas perguntas do questionário do Datafolha abordavam o tema da honestidade. Na questão sobre qual era o candidato considerado "mais corrupto", 65% apontaram Paulo Maluf (PP), seguido de Marta Suplicy (PT), com 5%, Luiza Erundina (PSB), com 2%, e José Serra (PSDB), com 1%. Outra questão perguntava qual era o "mais honesto". Serra aparece em primeiro com 26%, seguido de Erundina, com 11%, Marta, com 10%, e Maluf, com 6%, para citar só os quatro primeiros.
O resultado da pesquisa sofre provavelmente a influência de recentes acusações feitas por integrantes do Ministério Público de São Paulo ao candidato do PP, segundo as quais a família de Maluf teria depósitos no exterior.
A última pesquisa apontou a liderança de Serra, com 30% das intenções de voto, seguido de Maluf, com 24%, Marta, com 20%.
Na eleição paulistana de 2000, o primeiro turno terminou com a vitória de Marta Suplicy (PT), com 38,1% dos votos válidos no 1º turno, seguido de Paulo Maluf (PPB), com 17,4%, e Geraldo Alckmin (PSDB), com 17,3%.
Mas, apesar de ter chegado ao segundo turno em 2000 (quando perdeu para Marta por 58,5% a 41,5% dos votos), a votação de Maluf na capital paulista foi menor do que a que ele obteve na eleição para governador, em 2002, quando ficou em terceiro lugar no Estado: Maluf obteve então 25% dos votos na capital, índice semelhante ao exibido pelo candidato na última pesquisa Datafolha.

Proposta
A pesquisa indicou também que aumentou, de 2000 para este ano, a proporção dos eleitores que priorizam a proposta de governo na decisão do voto. Na outra eleição municipal, 44% dos paulistanos afirmavam que o mais importante na decisão do voto era a proposta de governo, contra 40% que priorizavam a pessoa do candidato. Bem mais atrás aparecia o partido do candidato, com 8%.
Na pesquisa deste ano, a taxa dos que valorizam a proposta de governo subiu para 54%, enquanto aqueles que definiam o voto com base na pessoa do candidato caiu para 33%. O peso relativo do partido permanece o mesmo: 8%.


Texto Anterior: Para eleitor, Maluf é o mais "preparado" e mais "corrupto"
Próximo Texto: Metodologia: Veja como foi feita a pesquisa na cidade de SP
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.