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MANIA DE GRANDEZA
Reforma de prédio em Indaiatuba, de R$ 1,5 mi, previa mais vereadores
Câmara tem gabinetes ociosos
CAROLINA FARIAS
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS
RICARDO WESTIN
DA REPORTAGEM LOCAL
O vaivém no tamanho das Câmaras Municipais, que começou quando a Justiça Eleitoral
estabeleceu em abril novos critérios para a quantidade de vereadores, foi acompanhado
com particular apreensão pelos
políticos de Indaiatuba (SP).
Em agosto, os vereadores vão
inaugurar a ampliação do prédio da Câmara Municipal, com
25 gabinetes. O problema é que
13 terão que ficar vazios. De
acordo com a determinação do
TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a cidade, que tem hoje 17
vereadores, terá somente 12 a
partir de 2005.
A Câmara Municipal gastou
R$ 1,5 milhão com a ampliação.
Segundo o presidente da Casa,
João Martini Neto (PSDB), foram construídos 25 gabinetes
para contemplar as necessidades da Câmara em 35 anos.
Anteontem, o Senado rejeitou
uma PEC (proposta de emenda
constitucional) que amenizava
os cortes nas Câmaras Municipais determinados pelo TSE.
"Já que a PEC prevê que o número de vereadores cresça conforme a população, realizamos
um projeto que não precisará de
mudança nos próximos anos",
disse Martini Neto.
Limeira e Hortolândia são outras cidades da região de Indaiatuba que vão ter prédios novos,
mas gabinetes vazios.
10 vagas a menos
Entre os municípios que mais
vão sentir as mudanças impostas pela Justiça Eleitoral está São
Caetano do Sul (Grande São
Paulo). A cidade tem hoje 21 vereadores. Em razão do seu número de habitantes, terá que eleger dez a menos na votação de
outubro.
"Ninguém assume, mas todos
ficaram com o lápis na mão fazendo as contas até o último
momento", conta a vereadora
Vera (PT).
A perda de praticamente metade das vagas preocupa ainda
mais os atuais vereadores porque 19 deles tentarão se reeleger.
Em vez dos atuais 21 assentos,
concorrerão a 11 vagas.
Um político local diz que a
piada que se ouvia ontem em
São Caetano era que as ambulâncias da cidade haviam tido
bastante trabalho na noite anterior por causa dos vereadores
que teriam sofrido infarto ao saber que o Senado havia derrubado a PEC, que permitiria ao
município ter 19 vereadores.
"Não é justo que uma cidade
de 900 habitantes tenha 9 vereadores e que São Caetano, com
quase 140 mil habitantes, tenha
11 vereadores. Os cidadãos perdem representatividade", protesta o presidente da Câmara,
Paulo Pinheiro (PTB).
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