São Paulo, quinta-feira, 01 de julho de 2004

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MANIA DE GRANDEZA

Reforma de prédio em Indaiatuba, de R$ 1,5 mi, previa mais vereadores

Câmara tem gabinetes ociosos

CAROLINA FARIAS
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS

RICARDO WESTIN
DA REPORTAGEM LOCAL

O vaivém no tamanho das Câmaras Municipais, que começou quando a Justiça Eleitoral estabeleceu em abril novos critérios para a quantidade de vereadores, foi acompanhado com particular apreensão pelos políticos de Indaiatuba (SP).
Em agosto, os vereadores vão inaugurar a ampliação do prédio da Câmara Municipal, com 25 gabinetes. O problema é que 13 terão que ficar vazios. De acordo com a determinação do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a cidade, que tem hoje 17 vereadores, terá somente 12 a partir de 2005.
A Câmara Municipal gastou R$ 1,5 milhão com a ampliação. Segundo o presidente da Casa, João Martini Neto (PSDB), foram construídos 25 gabinetes para contemplar as necessidades da Câmara em 35 anos.
Anteontem, o Senado rejeitou uma PEC (proposta de emenda constitucional) que amenizava os cortes nas Câmaras Municipais determinados pelo TSE.
"Já que a PEC prevê que o número de vereadores cresça conforme a população, realizamos um projeto que não precisará de mudança nos próximos anos", disse Martini Neto.
Limeira e Hortolândia são outras cidades da região de Indaiatuba que vão ter prédios novos, mas gabinetes vazios.

10 vagas a menos
Entre os municípios que mais vão sentir as mudanças impostas pela Justiça Eleitoral está São Caetano do Sul (Grande São Paulo). A cidade tem hoje 21 vereadores. Em razão do seu número de habitantes, terá que eleger dez a menos na votação de outubro.
"Ninguém assume, mas todos ficaram com o lápis na mão fazendo as contas até o último momento", conta a vereadora Vera (PT).
A perda de praticamente metade das vagas preocupa ainda mais os atuais vereadores porque 19 deles tentarão se reeleger. Em vez dos atuais 21 assentos, concorrerão a 11 vagas.
Um político local diz que a piada que se ouvia ontem em São Caetano era que as ambulâncias da cidade haviam tido bastante trabalho na noite anterior por causa dos vereadores que teriam sofrido infarto ao saber que o Senado havia derrubado a PEC, que permitiria ao município ter 19 vereadores.
"Não é justo que uma cidade de 900 habitantes tenha 9 vereadores e que São Caetano, com quase 140 mil habitantes, tenha 11 vereadores. Os cidadãos perdem representatividade", protesta o presidente da Câmara, Paulo Pinheiro (PTB).


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