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Acordo PT-PMDB fracassa em capitais
Apenas Curitiba e Palmas terão legendas juntas na disputa de outubro; petistas, porém, selaram coligações importantes com PTB e PL
SÍLVIA FREIRE
TIAGO ORNAGHI
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA
O desejo do PT de ter o PMDB
como principal aliado nas capitais
para as eleições de outubro fracassou. Das 26 capitais, somente
em Curitiba (PR) e em Palmas
(TO) petistas e peemedebistas estarão unidos. Efeito nenhum teve
a comissão criada em setembro
de 2003 pelos presidentes nacionais das duas legendas para amarrar as alianças nas capitais.
Ontem foi o final do prazo para
realização de convenções partidárias e definição de candidaturas.
Se a aliança com o aliado preferencial não vingou, o PT selou coligações importantes em outras
quatro capitais com o PTB e o PL.
E três dessas capitais -São Paulo,
Belo Horizonte e Porto Alegre-
são consideradas vitrines, porque
nelas o PT defenderá o propalado
"modo petista de governar".
PTB e PL, que, como o PMDB,
compõem a base aliada do governo Lula no Congresso, juntaram-se aos petistas para defender as
reeleições de Marta Suplicy em
São Paulo e Fernando Pimentel
em Belo Horizonte. O PL apóia
Raul Pont (PT) em Porto Alegre.
Mas o PTB só aderiu à causa petista em cima da hora, de olho em
uma eventual ajuda do Planalto
para reforçar sua bancada na Câmara. No Rio, por exemplo, os
trabalhistas, que já tinham se definido pelo apoio à reeleição de César Maia (PFL), tiraram a camisa
há uma semana e vestiram a do
petista Jorge Bittar.
Foi assim também em Belo Horizonte. Faltando dez horas para o
PTB-MG lançar candidato próprio, a cúpula nacional do partido
interveio e foi fechada a aliança
com o PT, que fracassou no acordo que tentava com o PMDB.
Até o fechamento desta edição,
o PT já havia decidido sua situação nas 26 capitais. A Agência Folha não conseguiu contato com
representante do PSDB em Aracaju para saber o resultado da
convenção.
O PT é o partido que mais vai
lançar candidato próprio nas capitais. Serão 24 candidatos. Por
interferência da direção nacional,
os petistas desistiram da candidatura própria em Maceió e vão
compor com o PSB. Em Boa Vista, o partido apoiará o PPS.
O PMDB definiu candidato próprio em 11 capitais, e o PFL, em
dez. Já o PSDB terá candidato em
ao menos 14 capitais, sendo que,
dos oito Estados governados pelos tucanos, o partido terá candidato próprio em quatro capitais
(São Paulo, Fortaleza, Porto Velho e João Pessoa).
"Água"
Sobre as tentativas de alianças
entre peemedebistas e petistas, o
secretário-geral do PMDB, deputado federal Saraiva Felipe (MG),
disse: "Fez água esse projeto". E
justifica afirmando que os petistas
não se mostram dispostos a negociar programas de governo e
composições nas gestões.
"Existia essa expectativa [de ter
um parceiro preferencial] até por
parte do PMDB, mas pesou a dificuldade de diálogo com o PT. Um
exemplo dessa realidade foi em
São Paulo. E essa dificuldade
ocorre não só nas capitais, mas
nas grandes cidades também."
O presidente nacional do PT,
José Genoino, no entanto, minimizou o fracasso da comissão
criada por ele e Michel Temer,
presidente nacional do PMDB:
"Isso aí já estava previsto. O
PMDB é um partido grande, e cada Estado tem sua realidade, o
que a gente respeita. Quando eu
conversei com Temer, já estava na
nossa perspectiva fazer as alianças, principalmente no segundo
turno", disse ele, que trata isso como um "jogo combinado".
Sem o PMDB, Genoino louva as
alianças com PTB e PL nos principais centros econômicos do país e
em grandes cidades. "Estão fortalecendo o projeto nacional", disse
o petista, apesar de afirmar que
"2006 não está na disputa de
2004", referindo-se à eventual
reeleição de Lula.
O presidente nacional do PTB,
Roberto Jefferson (RJ), disse que
as alianças com o PT em algumas
das principais capitais faz parte
dos objetivos do partido de se tornar um dos principais parceiros
do PT em nível nacional.
O presidente nacional do PL,
Valdemar Costa Neto, enaltece o
fato de o seu partido ser aliado do
PT "nas cidades importantes".
Colaborou CHICO DE GOIS, da Reportagem Local
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