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Valério citou à PF 13 políticos que conhece
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em depoimento à Polícia Federal, anteontem, o empresário
Marcos Valério Fernandes de
Souza disse que "para desempenho de sua atividade, é essencial o
contato com políticos".
No depoimento, encaminhado
ontem à CPI dos Correios, Marcos Valério enumera um rol de 13
senadores, deputados, prefeitos e
ex-prefeitos e secretários de Estado filiados a PT, PTB, PMDB,
PSDB, PL e PP, com os quais ele
teria contato.
A lista contém: Sílvio Pereira,
secretário-geral do PT; Delúbio
Soares, tesoureiro petista; Emerson Palmieri, tesoureiro informal
do PTB; senadores Eduardo Azeredo (PSDB-MG) e Hélio Costa
(PMDB-MG); deputados federais
Danilo de Castro (PSDB-MG),
que está licenciado do cargo, Herculano Anghinetti (PP-MG), José
Borba (PMDB-PR), Romeu Queiroz (PTB-MG) e Roberto Brant
(PFL-MG); Anderson Adauto
(PL), prefeito de Uberaba; Ademir Lucas, ex-prefeito de Contagem, e Marcos Pestana, secretário
de Saúde de Minas Gerais.
Questionado sobre o tipo de relação que teria com o ex-ministro
José Dirceu, Valério afirmou tê-lo
visto "em reuniões sociais, tais como um churrasco comemorativo
do aniversário de um deputado,
cujo nome não se recorda".
Valério disse ainda que "nunca
agendou qualquer encontro pessoal ou oficial" com Dirceu, que
não falou com o ex-ministro por
meio de seu celular e nem se lembra de ter falado com ele "em nenhum outro telefone".
Ao contrário do que declarou à
revista "Veja", no depoimento o
empresário negou que os saques
de R$ 20,9 milhões em contas
bancárias de suas empresas se
destinassem à compra de gado.
Os saques teriam como justificativa "o pagamento a fornecedores da [sua] empresa, a distribuição de lucros entre os sócios ou
investimento em ativos".
Dono de um centro de equitação em Belo Horizonte, o empresário confirmou que "possui 13
cavalos de salto, dentre os quais
um filho do cavalo Baloubet du
Rouet", o animal campeão montado por Rodrigo Pessoa. O valor
médio de cada um dos cavalos seria de R$ 100 mil.
Quanto à origem do dinheiro,
declarou que "os valores sacados
dizem respeito ao faturamento
normal das empresas". Valério,
que é sócio de pelo menos 11 empresas, afirmou à PF que, somente por meio das agências de publicidade SMPB e DNA, faturou
mais de R$ 400 milhões em 2004.
Valério confirmou conhecer
Marcus Flora, secretário-adjunto
da Secom (Secretaria de Comunicação e Gestão Estratégica). É o
segundo homem na hierarquia da
pasta, capitaneada pelo ministro
Luiz Gushiken.
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