São Paulo, sexta-feira, 01 de julho de 2005

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Valério citou à PF 13 políticos que conhece

ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em depoimento à Polícia Federal, anteontem, o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza disse que "para desempenho de sua atividade, é essencial o contato com políticos".
No depoimento, encaminhado ontem à CPI dos Correios, Marcos Valério enumera um rol de 13 senadores, deputados, prefeitos e ex-prefeitos e secretários de Estado filiados a PT, PTB, PMDB, PSDB, PL e PP, com os quais ele teria contato.
A lista contém: Sílvio Pereira, secretário-geral do PT; Delúbio Soares, tesoureiro petista; Emerson Palmieri, tesoureiro informal do PTB; senadores Eduardo Azeredo (PSDB-MG) e Hélio Costa (PMDB-MG); deputados federais Danilo de Castro (PSDB-MG), que está licenciado do cargo, Herculano Anghinetti (PP-MG), José Borba (PMDB-PR), Romeu Queiroz (PTB-MG) e Roberto Brant (PFL-MG); Anderson Adauto (PL), prefeito de Uberaba; Ademir Lucas, ex-prefeito de Contagem, e Marcos Pestana, secretário de Saúde de Minas Gerais.
Questionado sobre o tipo de relação que teria com o ex-ministro José Dirceu, Valério afirmou tê-lo visto "em reuniões sociais, tais como um churrasco comemorativo do aniversário de um deputado, cujo nome não se recorda".
Valério disse ainda que "nunca agendou qualquer encontro pessoal ou oficial" com Dirceu, que não falou com o ex-ministro por meio de seu celular e nem se lembra de ter falado com ele "em nenhum outro telefone".
Ao contrário do que declarou à revista "Veja", no depoimento o empresário negou que os saques de R$ 20,9 milhões em contas bancárias de suas empresas se destinassem à compra de gado.
Os saques teriam como justificativa "o pagamento a fornecedores da [sua] empresa, a distribuição de lucros entre os sócios ou investimento em ativos".
Dono de um centro de equitação em Belo Horizonte, o empresário confirmou que "possui 13 cavalos de salto, dentre os quais um filho do cavalo Baloubet du Rouet", o animal campeão montado por Rodrigo Pessoa. O valor médio de cada um dos cavalos seria de R$ 100 mil.
Quanto à origem do dinheiro, declarou que "os valores sacados dizem respeito ao faturamento normal das empresas". Valério, que é sócio de pelo menos 11 empresas, afirmou à PF que, somente por meio das agências de publicidade SMPB e DNA, faturou mais de R$ 400 milhões em 2004.
Valério confirmou conhecer Marcus Flora, secretário-adjunto da Secom (Secretaria de Comunicação e Gestão Estratégica). É o segundo homem na hierarquia da pasta, capitaneada pelo ministro Luiz Gushiken.


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