São Paulo, terça-feira, 01 de agosto de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Senado instala comissão sem poderes

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A subcomissão do Senado encarregada de apurar o suposto envolvimento do ex-secretário-geral da Presidência Eduardo Jorge com o desvio de dinheiro público será instalada hoje, sem poderes de investigação e com a missão de tentar impedir a instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) sobre o caso.
O presidente da subcomissão deverá ser eleito às 10h, em reunião extraordinária da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). Os governistas querem que o depoimento de EJ seja marcado para no máximo quinta-feira.
A subcomissão depende da boa vontade do ex-assessor do presidente Fernando Henrique Cardoso, já que não tem poder para convocá-lo e sim de convidá-lo.
""Ele pode recusar, mas, se não vier, estará abrindo uma porta para a instalação de uma CPI no dia seguinte. Será pior para ele", afirmou o presidente da CCJ, José Agripino (PFL-RN).
O líder do PSDB, Sérgio Machado (CE), manifestou ontem certeza de que Eduardo Jorge aceitará o convite e dará ""respostas satisfatórias", suficientes para barrar a iniciativa da oposição de instalar uma CPI para apurar o envolvimento do governo no escândalo.
Diante da ""relevância" dos fatos noticiados, Agripino decidiu dividir com os líderes dos partidos a responsabilidade pela designação dos integrantes da subcomissão.
O presidente da CCJ já havia designado os sete integrantes da subcomissão, criada há vários meses com o objetivo de acompanhar as providências tomadas pela Justiça em relação às conclusões da CPI do Judiciário. Ontem, Agripino pediu que os líderes façam suas designações. A subcomissão terá 3 integrantes do PMDB, 2 do PFL, 1 do PSDB e 1 do Bloco da Oposição.
Já era dada como certa por senadores do PFL a substituição de Romeu Tuma (PFL-SP), citado pelo noticiário como amigo do ex-juiz Nicolau dos Santos Neto.
Machado disse que confirmará a indicação do nome do líder do governo, José Roberto Arruda (PSDB-DF), apesar de suas divergências com EJ. Quando Arruda era candidato a governador, EJ articulou apoio do PSDB ao candidato do PMDB, Joaquim Roriz, que ganhou a eleição.


Texto Anterior: Governo: Planalto articula "tropa de choque" para evitar CPI
Próximo Texto: "Não podemos viver de escândalo", diz petista que deu apoio a FHC
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.