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"Não podemos viver de escândalo", diz petista que deu apoio a FHC
FÁBIO ZANINI
DA REPORTAGEM LOCAL
O governador do Acre, o petista
Jorge Viana, afirmou ontem que
assinou carta de apoio ao presidente Fernando Henrique Cardoso porque acha que o Brasil "não
pode viver de escândalos".
A assinatura de Viana no documento ocorreu em reunião de 11
governadores com FHC na última
sexta-feira e abriu crise no PT.
"O presidente faz-se merecedor
desta manifestação como um gesto daqueles que, conhecedores da
sua ilibada trajetória, sabem-no
digno do respeito de todos os brasileiros", afirma a moção.
"O apoio foi à pessoa do presidente. Não há nada que o incrimine neste momento. Ao mesmo
tempo, defendo a investigação
das denúncias, que são gravíssimas. Não acho que haja contradição", declarou o governador, que
governa em aliança com o PSDB,
partido do presidente.
A presença de Viana em plenária do PT ontem no hotel Maksoud Plaza, em São Paulo, causou
momentos de constrangimento.
Ao subir ao palco, o governador
recebeu um forte abraço de José
Dirceu, presidente nacional do PT
-o mesmo que, na sexta, disse
que discordava "em gênero, número e grau" da moção apoiada
por Viana.
O senador Eduardo Suplicy deu
um "puxão de orelha" na atitude
do governador, em frente de uma
platéia de 300 pessoas.
"Entendo que sua situação deve
ter sido bastante delicada, Jorge,
mas acho que a posição que você
adotou poderia ter sido explicada
melhor. Talvez você pudesse ter
feito uma declaração à parte", declarou ele.
Em resposta, Viana disse que
estava ali para "esclarecer as dúvidas dos companheiros".
"Não tenho desconfiança da
pessoa do presidente. FHC é refém de uma elite política atrasada", afirmou.
O governador, que negou ser pivô de uma crise interna, disse que
tem "receio de carimbar as pessoas".
A senadora Heloísa Helena, que
no fim-de-semana disse que ia
protocolar reclamação contra
Viana na comissão de ética do
partido, cancelou a participação
na plenária no último momento.
Ela ficou em Alagoas, seu Estado,
fazendo campanha.
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