São Paulo, quarta-feira, 01 de setembro de 2004

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PAINEL

Fora de foco
No governo federal, que nem sempre concordou com as escolhas de Marta Suplicy, há quem considere um erro a opção de atribuir papel central ao "CEU Saúde" na campanha da prefeita à reeleição em São Paulo.

De bandeja
No raciocínio dos críticos, a própria campanha petista levou ao centro do debate o calcanhar-de-aquiles da administração, dando ao adversário até maquete para comparar as clínicas de Marta ao Fura-Fila de Pitta.

Vulcão
Quem conhece bem o temperamento de Marta Suplicy garante que a prefeita mal se agüenta de vontade de responder mais duramente a ataques que considera improcedentes.

Sem paz nem amor
Quem conhece bem o estilo de Duda Mendonça não reconhece o marqueteiro no programa de Marta levado ao ar na noite de segunda, quase raivoso no tratamento dispensado ao tucano José Serra. "Quem bate perde", costuma filosofar o baiano.

Outro padrinho
Bem relacionado com Lula, o governador tucano Aécio Neves melindrou o candidato petista Fernando Pimentel ao declarar, durante ato de apoio a João Leite (PSB) em Belo Horizonte, que "não é preciso ser do PT para conseguir recursos".

Todos contra um
É dura a vida de líder nas pesquisas. Recém-alçado à posição, Antônio Cambraia (PSDB) apanhou feito gente grande de Inácio Arruda (PC do B), Moroni Torgan (PFL) e Luizianne Lins (PT) em debate realizado na noite de segunda em Fortaleza.

Riscado da pauta
Em Londrina (PR), a Justiça tirou do ar propaganda eleitoral do nanico PRTB com ataques ao governo Lula pela compra do novo avião presidencial e pelo caso Waldomiro Diniz.

Passa-moleque 1
O governo está inclinado a deixar o Senado aprovar a Lei de Biossegurança como bem entender. Depois, a depender das mudanças introduzidas, abandonará esse texto para retomar o que foi votado pela Câmara.

Passa-moleque 2
Negociado com Marina Silva, o projeto de biossegurança aprovado na Câmara é mais intervencionista e antinegócios do que gostaria o Senado. O Planalto, porém, já estaria decidido a, neste caso, fechar com a ministra do Meio Ambiente.

Caça ao tesouro
Na confecção do Orçamento 2005, o governo recorreu a truque de que FHC usou e abusou: esconder receitas tributárias. O Congresso que descubra as fontes para suas emendas. Por isso a previsão de tributos em relação ao PIB é menor que a de 2004.

Espírito CFJ
Não se tem notícia de condenação da Fenaj, a quem caberia tutelar a imprensa no modelo do Conselho Federal de Jornalismo, à invasão do jornal mineiro "O Tempo" por agentes da PF.

Mata-mata
Pela segunda vez e novamente sob a alegação de falta de provas, o Ministério Público Federal arquivou investigação sobre suspeita de superfaturamento na compra da CRT. Ponto para a Telecom Itália em sua disputa com o grupo Opportunity pelo controle da Brasil Telecom.

DDI
Em maio, enquanto acompanhava os passos de autoridades brasileiras, a Kroll também espionava juízes na Rússia. Lá, como cá, tratava-se de guerra comercial na área de telefonia.

TIROTEIO

Do presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen, sobre o ministro petista Ricardo Berzoini, para quem os 10 milhões de empregos prometidos por Lula foram apenas uma "referência construída durante a campanha eleitoral", sendo que no máximo 6 milhões poderiam ser criados até 2006:
-É um corte de 40% na demagogia oficial. No entanto, mesmo com a confissão tardia de ter iludido os eleitores, será impossível para o governo Lula atingir a nova meta.

CONTRAPONTO

Retirada estratégica

Famoso pelo temperamento explosivo, o prefeito de Mogi das Cruzes Waldemar Costa Filho, morto aos 78 anos em 2001, apoiava nas eleições de 1990 Guilherme Afif, de seu PL, para o Senado e Paulo Maluf (PDS) para o governo do Estado.
O candidato ao Palácio dos Bandeirantes foi visitá-lo no município da Grande São Paulo e levou a tiracolo o apresentador Ferreira Neto, que também concorria a senador, pelo PDS.
No coquetel organizado em homenagem à dupla, Costa Filho indagou com polidez:
-Como vai, doutor Ferreira Neto, tudo bem?
-Estaria melhor se não estivessem me traindo aqui-, respondeu o candidato do PDS.
Conhecedor do gênio do prefeito, Maluf retirou-se naquele exato momento para ir ao banheiro. De onde só saiu 40 minutos depois, quando os ânimos já estavam serenados.


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