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RUMO A 2006
Em público, elogia moçambicano por evitar pleito, mas critica no bastidor
Lula tem duas versões para reeleição
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Com a discussão em torno de
sua reeleição em 2006 já iniciada
por parlamentares e ministros, o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva considerou ontem um sinal de
valorização da democracia a decisão de seu colega moçambicano,
Joaquim Chissano, de não concorrer a um novo mandato
-mas, ao mesmo tempo, questionou a opção de Chissano, que
está há 18 anos no poder.
"Neste ano, teremos eleições em
Moçambique, e eu sei que vossa
excelência não concorrerá à reeleição. Isso é mais uma demonstração de que vocês conseguiram,
após 16 anos de guerrilha, aprender a valorizar o simbolismo e o
valor real do exercício da democracia", afirmou Lula, em solenidade no Palácio do Planalto, onde
recebeu Chissano.
O presidente moçambicano,
porém, disse que, em conversa reservada com Lula, ouviu do brasileiro que sua decisão de não pleitear a reeleição foi "mal tomada".
No mês passado, em visita à República Dominicana, Lula disse,
em tom de brincadeira, que havia
viajado ao Gabão "para aprender
como um presidente [Omar Bongo] consegue ficar 37 anos no poder". O tema da reeleição de Lula
em 2006 é prioridade tanto para o
ministro José Dirceu (Casa Civil)
como pelo presidente da Câmara,
João Paulo Cunha (PT-SP).
Logo após anunciar o perdão de
95% da dívida de US$ 331 milhões
de Moçambique com o Brasil, Lula fez lobby em prol da Companhia Vale do Rio Doce numa concorrência para a exploração de
minas de carvão no país africano.
"Eu estou muito otimista, torcendo e fazendo o que é possível
para que a nossa Vale do Rio Doce
possa conseguir ter o seu projeto
aprovado e ser a ganhadora da
concorrência pública que haverá
em Moçambique." Chissano
agradeceu o perdão da dívida,
mas não se comprometeu com
Lula: "Vai ganhar quem apresentar as melhores condições".
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