da Agência Folha, em Maceió

O promotor da 4ª Vara Criminal de Palmeira dos Índios e Novo Lino (AL), Cyro Eduardo Blatter Moreira, denunciou à Justiça o delegado Alcides Andrade sob a acusação de tortura ao trabalhador rural Cícero Serafim da Silva.
Desde abril, o delegado Andrade participa das investigações das mortes do empresário Paulo César Farias, o PC, e de sua namorada, Suzana Marcolino, ocorridas em 23 de junho de 96.
Segundo o promotor, a denúncia foi baseada no depoimento de Silva, que acusou Andrade de ter participado do espancamento, e no laudo do IML (Instituto Médico Legal) que atesta a tortura.
O trabalhador rural afirma que foi torturado em um pau-de-arara em 20 de abril de 97 na delegacia de Novo Lino (90 km de Maceió), chefiada por Andrade.
Além do delegado, foram denunciados quatro policiais civis sob a mesma acusação.
"É muito estranho que isso surja agora, depois que o jornal dos Farias ("Tribuna de Alagoas') lembrou o caso. Nunca neguei o espancamento do trabalhador, só que eu não estava lá naquele dia", disse o delegado.
O secretário da Segurança Pública de Alagoas, Edmilson Miranda, disse que Andrade continua sendo um delegado de sua "inteira confiança".

Sindicâncias
Miranda determinou a instauração de sindicâncias para apurar denúncias veiculadas pelo jornal dos Farias contra os delegados que investigam a morte de PC.
Segundo o secretário, os Farias estão entrevistando todas as pessoas que estão presas em decorrência do trabalho dos dois delegados.
O objetivo, segundo Miranda, é o de tentar provar as acusações feitas pelo deputado Augusto Farias de que Lessa e Andrade comandam uma quadrilha de assassinatos e extorsão.
"Não divulgaram provas contra os delegados. Só tem condenado acusando os policiais", afirmou Miranda.


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