|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Projeções apontam equilíbrio entre governistas
FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Se se confirmarem as pesquisas
para as grandes cidades e as projeções feitas pelos principais partidos, pouca coisa mudará no quadro político partidário depois das
eleições municipais.
As três principais siglas que
apóiam o Planalto -PSDB, PFL e
PMDB- devem sair mais ou menos do tamanho que entraram.
PFL e PMDB falam em algum aumento de cidades. O PSDB acha
que ficará tudo como está.
O PT, maior partido de oposição, anuncia diariamente que deve dobrar seu eleitorado. Mas isso
ainda depende de várias disputas
apertadas, como em São Paulo.
É imprevisível o que acontecerá
nos 5.559 municípios em que há
eleição. Não há pesquisas confiáveis para todo esse universo.
Um possível termômetro sobre
o que pode acontecer em grandes
centros é a situação nas 26 capitais
em que haverá eleição hoje (Brasília, a 27ª, não elege prefeito).
Hoje, partidos aliados do presidente Fernando Henrique Cardoso governam 19 das 26 capitais. Os
de oposição (PT, PDT e PSB)
mandam em outras sete.
PSDB
Projeções dos partidos e pesquisas do Datafolha em dez capitais
demonstram que as siglas fernandistas têm chance de ficar com 16
das 26 capitais.
Nessa projeção, o PSDB se manteria onde está: governando capitais periféricas. Os tucanos hoje
têm Cuiabá (MT), Goiânia (GO),
Teresina (PI) e Vitória (ES).
Segundo cálculos do PSDB, certo mesmo é que os tucanos possam manter Cuiabá, Teresina e
Vitória. Goiânia deve ficar para o
segundo turno.
Outra aposta tucana é conquistar a Prefeitura de Boa Vista (RR).
Outras capitais estão mais difíceis.
São Paulo depende do desempenho de hoje de Geraldo Alckmin.
"A eleição não foi federalizada
como queria a oposição. Vamos
manter nossas prefeituras. Devemos até ganhar em alguns lugares
novos", diz o ministro tucano
Aloysio Nunes Ferreira, da Secretaria Geral da Presidência.
A oposição tem dito que o PSDB
sairá derrotado. "O PSDB ficará
confinado às cidades pequenas",
diz o presidente do PT, deputado
federal José Dirceu (SP).
Mas, se mantiver as suas quatro
capitais -ainda que sejam de
menor peso político-, o PSDB ficará, no mínimo, do mesmo tamanho que tem hoje.
PFL e PMDB
Assim como os tucanos, pefelistas e peemedebistas tendem a
manter um número semelhante
de capitais que hoje governam.
O PFL tem seis prefeituras: Curitiba (PR), Macapá (AP), Palmas
(TO), Recife (PE), Rio (RJ) e Salvador (BA). Dessas, segundo o
Datafolha, o partido tem chance
de faturar três já no primeiro turno: Curitiba, Recife e Salvador.
Em Macapá e Palmas, o partido
está com dificuldades de reeleição, segundo disseram à Folha representantes da cúpula pefelista.
No Rio, Luiz Paulo Conde disputará o segundo turno.
"Vamos aumentar o número de
prefeitos nesta eleição, com toda a
segurança", diz o presidente do
Senado e principal líder do PFL,
Antonio Carlos Magalhães (BA).
Apesar do otimismo de ACM, a
expectativa da direção do PFL nas
capitais é manter, pelo menos,
quatro cidades sob seu governo. A
grande surpresa seria a vitória de
Romeu Tuma em São Paulo. Mas
essa possibilidade é dada como
zebra entre os próprios pefelistas.
O PMDB está atualmente em
cinco capitais: Campo Grande
(MS), Aracaju (SE), Fortaleza
(CE), João Pessoa (PB) e Rio
Branco (AC).
Pelas contas da direção do
PMDB, a sigla é favorita em Campo Grande, Fortaleza, João Pessoa
e Rio Branco. Em Aracaju sofre
intensa oposição do PT, com o ex-líder petista na Câmara Marcelo
Déda disputando a prefeitura.
Os peemedebistas também consideram apertada a disputa em
Rio Branco. O Acre é governado
pelo PT desde 1999. O governador
Jorge Viana tem feito intensa
campanha para conquistar a capital do Estado para o seu partido.
PPB, PTB e nanicos
O PPB prevê como certo apenas
manter a prefeitura da capital de
Santa Catarina, Florianópolis, governada hoje por Ângela Amin
-mulher do governador daquele
Estado, Esperidião Amin.
A outra grande cidade em que
poderia haver uma vitória pepebista seria São Paulo. Mas isso depende da passagem de Paulo Maluf para o segundo turno.
Se Maluf ficar fora em São Paulo, o PPB paulista sairá mais enfraquecido do que o normal.
Em sua última derrota -para
Mário Covas, em 1998, na eleição
pelo governo do Estado-, Maluf
pelo menos chegou ao segundo
turno. Agora, corre o risco de ser
alijado da disputa na fase inicial.
Outros partidos menores têm
uma presença pequena nas capitais. O PTN governa São Paulo pelas mãos de Celso Pitta apenas
porque o prefeito paulistano encontrou dificuldade para se abrigar em siglas de maior expressão.
O candidato de Pitta é Zé de
Abreu. Tem oscilado apenas dentro da margem de erro da pesquisa, perto da marca de 0% ou 1%.
A derrota de Zé de Abreu deve
pôr um fim na carreira do PTN
em prefeituras de capitais.
Outro partido nanico que está
governando uma capital é o PL,
com Alfredo Nascimento, em
Manaus (AM). Seu principal adversário é Eduardo Braga, do PPS.
Para políticos do Amazonas, é
quase certo que haverá segundo
turno entre os dois. Além de Manaus, o PPS aspira outras duas capitais: Fortaleza e Palmas.
Na capital do Ceará, a candidata
é Patrícia Gomes. Começou a
campanha como favorita e agora
luta para ir para o segundo turno.
Caso não consiga, há chance de
outro candidato de uma sigla nanica tomar seu lugar: Inácio Arruda, do minúsculo PC do B.
Em Palmas, os políticos que
acompanham a disputa local consideram que a prefeitura ficará
entre o candidato do PPS, Raul Filho, e Nilmar Ruiz, do PFL.
Com apenas 76.118 eleitores,
Palmas não tem segundo turno. É
a menor capital do país com o
menor eleitorado.
PT e oposições
"Nós vamos dobrar o nosso
eleitorado, vamos dobrar o número de vereadores e aumentar
significativamente as cidades que
governamos", diz José Dirceu.
Na prática, entretanto, essa previsão de Dirceu precisa ainda ser
confirmada no segundo turno em
várias cidades importantes.
São Paulo é a maior aposta do
PT. Mas as pesquisas apontam
que haverá segundo turno.
Em outras quatro capitais que o
PT pretende conquistar, a disputa
está apertada. Em Aracaju deve
haver segundo turno. Em Porto
Alegre, há dúvida se Tarso Genro
conseguirá definir a eleição hoje.
Em Belém, o petista Edmilson
Rodrigues, atual prefeito, luta para conseguir se reeleger no primeiro turno. Em Rio Branco, o PT
terá de derrotar o ex-senador Flaviano Melo (PMDB), que disputa
a prefeitura com o apoio da maioria das forças antipetistas do Acre.
O PDT governa hoje São Luís
(MA) e Porto Velho (RO). Deve
manter essas duas capitais, segundo prognósticos do partido. A esperança de reconquistar o Rio,
com Leonel Brizola, está afastada
-conforme mostram as pesquisas mais recentes.
O outro partido de oposição
com presença em capitais é o PSB.
A sigla de Miguel Arraes e Luiza
Erundina tem hoje as seguintes
capitais: Belo Horizonte (MG),
Maceió (AL) e Natal (RN). Além
dessas três, disputa com chances
também Macapá (AP).
Texto Anterior: Pelo menos cinco capitais terão 2º turno Próximo Texto: Influência na sucessão presidencial não é determinante Índice
|