São Paulo, domingo, 01 de outubro de 2000

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Derrota de Patrícia é "especial" para Inácio

DA ENVIADA ESPECIAL A FORTALEZA

DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

A possibilidade de derrotar a candidata de Ciro Gomes e Tasso Jereissati à Prefeitura de Fortaleza, Patrícia Gomes (PPS), tem um gosto todo especial para as esquerdas, sobretudo para o PT.
O candidato Inácio Arruda (PC do B) tem apoio do PT, PDT, PSB e PCB e o principal presidenciável petista, Luiz Inácio Lula da Silva, esteve duas vezes durante a campanha em Fortaleza.
Segundo Inácio, uma derrota de Patrícia caracteriza, nacionalmente, "o fracasso do modelo político dos dois presidenciáveis e o fortalecimento de uma candidatura de esquerda para 2002".
Ainda na opinião dele, "no Ceará, não deve ter grande repercussão, mas no resto do país, uma derrota de Patrícia vai ecoar como uma derrota da política imposta por eles (Tasso e Ciro) há 14 anos".
O presidente nacional do PT, deputado José Dirceu (SP), já falava na vitória de Inácio na sexta-feira e avisava de antemão: "Nós, do PT, vamos baixar em peso em Fortaleza no segundo turno. Essa eleição é simbólica".
Bom de briga, o presidenciável Ciro Gomes rebateu: "Simbólica mesmo vai ser a administração de Marta Suplicy se ela ganhar em São Paulo. Se for bem, o PT cresce. Se for mal, vai coincidir com a eleição presidencial. Aí, sim, haverá uma relação direta entre a política municipal e a nacional".
O crescimento de Inácio na campanha tem três ingredientes principais: o candidato tem um bom histórico eleitoral, o PT tem estrutura e militância na capital cearense e o discurso contra o continuísmo deu certo.
Tasso e Ciro, juntos, já somam quatro mandatos no governo estadual.
O prefeito Juraci Magalhães (PMDB), favorito na eleição de hoje, já está no segundo mandato. Considerando sua influência na gestão de Antônio Cambraia (92 a 96), ostenta dez anos no poder municipal.
Hoje, o PC do B praticamente inexiste no Ceará, e o PT está concentrado em Fortaleza, com chances apenas em três outros municípios: Quixadá, Icapuí e Juazeiro do Norte.
O que impulsionou a campanha na capital foi a união do PT com o restante das esquerdas, que nas eleições presidenciais de 98 já produziu um fenômeno: Lula ficou em primeiro em Fortaleza, Ciro ficou em segundo e o presidente Fernando Henrique Cardoso, em terceiro.
"O fator unidade tem sido fundamental", admite o candidato Inácio, cada vez menos PC do B e cada vez mais "esquerdista".


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