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Derrota de Patrícia é "especial" para Inácio
DA ENVIADA ESPECIAL A FORTALEZA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
A possibilidade de derrotar a
candidata de Ciro Gomes e Tasso
Jereissati à Prefeitura de Fortaleza, Patrícia Gomes (PPS), tem um
gosto todo especial para as esquerdas, sobretudo para o PT.
O candidato Inácio Arruda (PC
do B) tem apoio do PT, PDT, PSB
e PCB e o principal presidenciável
petista, Luiz Inácio Lula da Silva,
esteve duas vezes durante a campanha em Fortaleza.
Segundo Inácio, uma derrota de
Patrícia caracteriza, nacionalmente, "o fracasso do modelo político dos dois presidenciáveis e o
fortalecimento de uma candidatura de esquerda para 2002".
Ainda na opinião dele, "no Ceará, não deve ter grande repercussão, mas no resto do país, uma
derrota de Patrícia vai ecoar como
uma derrota da política imposta
por eles (Tasso e Ciro) há 14
anos".
O presidente nacional do PT,
deputado José Dirceu (SP), já falava na vitória de Inácio na sexta-feira e avisava de antemão: "Nós,
do PT, vamos baixar em peso em
Fortaleza no segundo turno. Essa
eleição é simbólica".
Bom de briga, o presidenciável
Ciro Gomes rebateu: "Simbólica
mesmo vai ser a administração de
Marta Suplicy se ela ganhar em
São Paulo. Se for bem, o PT cresce. Se for mal, vai coincidir com a
eleição presidencial. Aí, sim, haverá uma relação direta entre a
política municipal e a nacional".
O crescimento de Inácio na
campanha tem três ingredientes
principais: o candidato tem um
bom histórico eleitoral, o PT tem
estrutura e militância na capital
cearense e o discurso contra o
continuísmo deu certo.
Tasso e Ciro, juntos, já somam
quatro mandatos no governo estadual.
O prefeito Juraci Magalhães
(PMDB), favorito na eleição de
hoje, já está no segundo mandato.
Considerando sua influência na
gestão de Antônio Cambraia (92 a
96), ostenta dez anos no poder
municipal.
Hoje, o PC do B praticamente
inexiste no Ceará, e o PT está concentrado em Fortaleza, com chances apenas em três outros municípios: Quixadá, Icapuí e Juazeiro
do Norte.
O que impulsionou a campanha
na capital foi a união do PT com o
restante das esquerdas, que nas
eleições presidenciais de 98 já
produziu um fenômeno: Lula ficou em primeiro em Fortaleza,
Ciro ficou em segundo e o presidente Fernando Henrique Cardoso, em terceiro.
"O fator unidade tem sido fundamental", admite o candidato
Inácio, cada vez menos PC do B e
cada vez mais "esquerdista".
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