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Pefelista é candidato "importado"
DA ENVIADA ESPECIAL A FORTALEZA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
O relator da CPI do Narcotráfico, deputado federal e delegado
Moroni Torgan (PFL), é gaúcho,
foi importado para o Ceará pelo
governador Tasso Jereissati
(PSDB) e hoje é um dos seus mais
duros críticos.
"Se o PFL decidir apoiar a candidatura do Tasso à Presidência
da República, eu posso até deixar
o partido", declarou o candidato à
Folha.
Amigo e afilhado político do senador tucano Sérgio Machado,
que também se afastou de Tasso e
condena a aliança do PSDB com o
PPS nas eleições deste ano, ele avisa: "Posso fazer uma aliança com
o PC do B. Com o governo do Estado, não".
Assim como a relação de amor e
ódio de Moroni com Tasso, cada
um dos outros candidatos à Prefeitura de Fortaleza tem um ponto
fraco bastante nítido. O que é explorado pelos adversários e justifica em parte o segundo lugar embolado.
As eleições em Fortaleza não foram pautadas por denúncias de
corrupção, e a única exceção foi
com o prefeito Juraci Magalhães
(PMDB). Na prefeitura há dez
anos, a principal acusação contra
ele foi a contratação da empreiteira de seu filho, Magalhães Neto,
para construir quatro viadutos
pela cidade.
"Ele (o filho) realiza trabalhos
para o governo do Estado, para o
governo federal, para particulares. Se ele oferece o melhor serviço, os melhores preços e ganha a
licitação, o que é que eu posso fazer?", diz Juraci, médico dermatologista.
Patrícia Gomes (PPS) sente-se
obrigada a responder o tempo todo que, se eleita, será a responsável pela prefeitura, e não apenas
um "pau-mandado" de Ciro e
Tasso. A suspeita foi tão forte que
o próprio Ciro, coordenador de
sua campanha, decidiu tirar do ar
as imagens dos dois, para mostrá-la independente.
Já com Inácio Arruda (PC do B),
que tem boas chances de disputar
o segundo turno, os assuntos que
mais o incomodam são o seu próprio partido e a definição do que é
o comunismo.
Filiado ao PC do B desde o início
da década de 80, quando começou a atuar em grupos comunitários, ele foi eleito deputado federal
em 98 com a maior votação da
história do Ceará.
Agora, aboliu a foice e o martelo
de sua campanha e é sistematicamente evasivo diante de perguntas sobre definições ideológicas.
"Isso não é importante."
Para amenizar a identificação
com o comunismo, como tentam
fazer pichações nas ruas da capital, Inácio levou uma freira e um
pastor protestante para defendê-lo no ar. Os adversários, contudo,
não perdoam: na campanha, ele é
sempre "o comunista".
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