São Paulo, domingo, 01 de outubro de 2000

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RECIFE
Meta é forçar segundo turno para impedir reeleição de Roberto Magalhães
Oposição faz aposta em militância

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

Os partidos de oposição ao prefeito licenciado e candidato à reeleição Roberto Magalhães (PFL) apostam na força da militância para tentar levar a eleição ao segundo turno em Recife.
As cinco coligações que se opõem a Magalhães esperam levar pelo menos 50 mil pessoas às ruas hoje. A principal estratégia é investir sobre os indecisos.
Só o candidato do PT, João Paulo, segundo colocado nas pesquisas, anuncia a adesão de 20 mil voluntários ao trabalho de boca-de-urna. "Vamos estar em toda a cidade", afirmou.
O petista acompanhará pessoalmente a panfletagem, percorrendo as ruas em carro aberto. Para "reduzir o estresse individual e coletivo", João Paulo participará, às 7h de hoje, de uma sessão de meditação transcendental.
Já o prefeito, primeiro colocado nas pesquisas, quer evitar que o clima de "já ganhou" difundido em sua própria propaganda eleitoral desmobilize os simpatizantes de sua candidatura.
No encerramento da campanha, Magalhães pediu aos militantes que "não se deitem em berço esplêndido" e que estejam atentos a eventuais boatos que surgirem durante a votação.
O pefelista, que em 96 disputou o Senado como favorito e perdeu, estará acompanhado pelo governador Jarbas Vasconcelos (PMDB), seu principal aliado.
A expectativa de todos os candidatos é saber qual o impacto provocado no eleitorado pela ausência do prefeito no debate promovido pela afiliada local da Rede Globo na noite de quinta-feira.
Magalhães alegou que a campanha estava ""radicalizada" e que sua presença no evento poderia contribuir para o acirramento dos ânimos. A oposição aproveitou então e atacou o prefeito, que não estava lá para se defender.
Em compensação, os adversários também foram taxados de "desleais" e "mentirosos" durante a caminhada seguida de minicomício e carreata realizada por ele no momento do debate.
A Justiça Eleitoral, que em razão das agressões chegou a proibir a veiculação no rádio e TV da imagem, voz, nome e assinatura dos candidatos por seus adversários, informou que não pretende realizar uma "caça às bruxas" durante o dia de votação.
Segundo o TRE (Tribunal Regional Eleitoral), o trabalho da militância só será reprimido se for realizado próximo às seções eleitorais.


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