São Paulo, domingo, 01 de outubro de 2000

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SALVADOR
Candidato petista à prefeitura da capital baiana espera inverter as indicações de pesquisas de intenção de voto, que dão vitória em primeiro turno ao prefeito Imbassahy, do PFL
Afilhado de ACM deve assegurar vitória

LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Quatro anos depois, a eleição em Salvador (BA) para a escolha do primeiro prefeito da capital baiana do século 21 repete o mesmo cenário de 96: o pefelista Antonio Imbassahy tenta, como favorito, a reeleição contra o candidato petista, o deputado federal Nelson Pellegrino.
Durante toda a semana, o petista tentou desacreditar as pesquisas, que apontam Imbassahy como favorito, e afirmou acreditar na militância do partido.
"Em 96 aconteceu a mesma coisa. Diziam que ele (Imbassahy) iria ganhar com facilidade e, por pouco, não aconteceu o segundo turno. Nossos candidatos e militantes não podem se deixar enganar pelas pesquisas que apontam o representante da direita como favorito", disse Pellegrino, que também foi o candidato do PT na última eleição.
Apoiado pelo senador Antonio Carlos Magalhães (PFL) e pelo governador César Borges (PFL), o prefeito Antonio Imbassahy disse que vai vencer com uma diferença de 300 mil votos.
"Os eleitores de Salvador já optaram pela manutenção do mesmo grupo político no poder. Afinal, com a liderança do senador Antonio Carlos Magalhães, nós conseguimos tirar Salvador do caos", disse Imbassahy à Agência Folha.
Com outros três candidatos disputando a sucessão da primeira capital brasileira -João Henrique Carneiro (PDT), Arthur Maia (PSDB) e Antônio Eduardo Alves de Oliveira (PCO) -, a campanha política em Salvador foi marcada pela tranquilidade.
Somente nas últimas três semanas é que o PT acirrou um pouco mais a disputa, ao escolher o senador ACM, líder do principal grupo político do Estado, como o principal alvo de acusações.
Em seus programas eleitorais, o PT insinuou uma comparação entre ACM e os ditadores Adolf Hitler (Alemanha), Benito Mussolini (Itália) e Augusto Pinochet (Chile). O anúncio do PT, no entanto, não citou em nenhum momento o nome do presidente do Senado. A Justiça Eleitoral acabou o retirando do ar, assim como tirou a resposta do PFL.
Em resposta à comparação, ACM atacou o PT baiano. "Quando esteve no poder, o PT demonstrou que não sabe governar."
Tranquilo em relação à vitória de Imbassahy, Antonio Carlos Magalhães quer aproveitar a eleição de hoje para ampliar o seu domínio no Estado. "Vou ganhar a eleição em 390 dos 417 municípios baianos", prevê o presidente do Senado.
Das dez maiores cidades do Estado, ACM teme apenas pela derrota em Vitória da Conquista (505 km a sudoeste de Salvador).
"Com exceção de Vitória da Conquista, onde a eleição está muito disputada, vou ganhar em todas as outras grandes cidades", afirmou o cacique, que passou a semana final da campanha em seu Estado participando de comícios, carreatas e encontro de candidatos com eleitores em diversas cidades.
Dos 417 municípios baianos, dois escolherão seus prefeitos pela primeira vez: Barrocas e Luís Eduardo Magalhães -este última batizada em homenagem deputado federal, filho de ACM, morto por enfarte em abril de 1998.
Segundo o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) da Bahia, os resultados da eleição em Salvador deverão ser anunciados oficialmente às 10h de amanhã. A contagem, extra-oficialmente, deverá estar encerrada entre a noite de hoje e a madrugada de amanhã.
Até a próxima quarta-feira, o TRE espera divulgar a relação de todos os prefeitos e vereadores eleitos no Estado.


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