São Paulo, terça-feira, 01 de outubro de 2002

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PAINEL

Nova defecção
Vice de Ciro, Paulinho aderiu à campanha de voto útil pró-Lula. Em evento da Força Sindical em SP anteontem com sindicatos de 19 categorias, em vez de pedir apoio ao candidato do PPS, pregou que o "importante agora é votar contra José Serra".

Contagem regressiva
O seguinte boato circula no PT: Serra teria nas mangas uma espécie de bomba para ativar contra o partido de Lula no debate da TV Globo, na quinta.

DNA governista
O PFL calcula que, se Lula vencer a eleição, pelo menos 30 deputados federais eleitos migrariam para o PL de olho nas benesses do governo federal.

A história se repete
A possibilidade de Lula vencer no primeiro turno tem atraído apoios cada vez mais exóticos para o petista. O candidato a deputado federal Siomar, do PPB, anunciou sua adesão num comício do PT no sábado. No local, havia também faixas da Juventude do PSDB e do MR-8.

Água fria
Reunida ontem, a cúpula do PT avaliou que o fechamento do comércio em várias regiões do Rio por ordem do Comando Vermelho praticamente inviabilizou a passagem Benedita da Silva para o segundo turno. A crise de segurança é o principal problema do governo do Rio.

Forças ocultas
Para o PT, Benedita não terá tempo hábil para reverter a crise de segurança. Teorias conspiratórias petistas vêem até o dedo de aliados de Garotinho no fechamento do comércio, para facilitar a vitória de Rosinha (PSB) no primeiro turno.

Medo de contágio
Jackson Lago (PDT), candidato ao governo do MA, encheu o Estado com fotos suas ao lado de Ciro em agosto e setembro, quando o presidenciável estava em alta. Há duas semanas, aparece sozinho nos cartazes.

Base de apoio
O comitê de Romeu Tuma (PFL-SP) está preocupado com a reta final da disputa ao Senado. A avaliação é que ele teria que chegar a 6 de outubro com uma boa margem de vantagem, pois tem uma estrutura de campanha mais fraca do que as de Quércia e Mercadante.

Poder de negociação
Garotinho disse a aliados que fará de tudo para levar a eleição ao segundo turno, mesmo que a disputa fique entre Lula e Serra. Aposta que terá no mínimo 15% dos votos, o que renderia um grande poder de barganha para negociar apoio ao PT. Pedirá um ministério para o seu grupo.

Diálogo partidário
Se Lula vencer no primeiro turno, o poder de negociação de Garotinho ficará bem mais restrito. O petista procuraria diretamente a cúpula do PSB para obter apoio no Congresso.

Militância bíblica
Em Manaus, as igrejas evangélicas orientam seus fiéis a distribuir, cada um, 40 adesivos da campanha de Garotinho. A estratégia foi apelidada de "a multiplicação dos votos".

Cotovelada interna
A eleição não acabou, mas já há uma espécie de caça às bruxas no comitê de Serra. Pimenta da Veiga tem sido chamado de "petista". Dizem que, se tivesse sido contratado para trabalhar na campanha do PT, o coordenador do PSDB não teria conseguido atrapalhar tanto o tucano.

Mais ou menos
Serra tem, teoricamente, apoio dos dois principais candidatos ao governo de SC: Esperidião Amin (PPB) e Luiz Henrique (PMDB). Mas nenhum deles até agora pediu voto para o tucano em seus programas de TV.

Plano de ação
Ronaldo Lessa (PSB-AL) tenta convencer Geraldo Sampaio (PDT) e Judson Cabral (PT) a desistir da disputa ao governo de Alagoas para apoiá-lo. Com isso, o atual governador espera derrotar Fernando Collor (PRTB) já no primeiro turno.

TIROTEIO

Do deputado Luciano Zica (PT), sobre Serra participar de missa do padre Marcelo:
- A imagem do padre Marcelo Rossi benzendo Serra pareceu mais um ato de extrema-unção da candidatura tucana.

CONTRAPONTO

Insuficiência narrativa

No último dia 12 de setembro, o ex-ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) Olavo Drummond participou em Brasília de um ato de comemoração do centenário do nascimento do ex-presidente Juscelino Kubitschek (1902-1976).
Vice-presidente do Memorial JK, Drummond foi jornalista de política e cobriu eventos memoráveis de Minas Gerais, repleta de parlamentares folclóricos e "causos" políticos. No evento em Brasília, Drummond encontrou-se com o deputado federal Heráclito Fortes, do PFL do Piauí. O deputado, que conhece a história do ex-ministro, foi logo perguntando, com uma ponta de saudosismo:
- E as histórias de Minas, ministro? Minas Gerais não tem mais histórias?
Drummond respondeu de pronto, sorrindo:
- História, tem. Não tem é personagem...



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