São Paulo, terça-feira, 01 de outubro de 2002

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Empresário faz crítica à política do governo

DO ENVIADO ESPECIAL A WASHINGTON

O presidente da Sadia, Luiz Fernando Furlan, criticou ontem o governo, indiretamente, pela grande quantidade de miseráveis no Brasil e disse que o próximo governo vai ter de olhar "para esses 40 milhões brasileiros que vivem abaixo da linha da pobreza".
Para ele, um dos motivos para que o Brasil ainda tenha pessoas em condição extrema de pobreza são as altas taxas de juros cobradas no país. "O novo governo precisa tocar nestas questões", disse.
Furlan falou a empresários e investidores americanos, em evento promovido pela Câmara de Comércio Brasil-EUA, em Washington. Segundo ele, sua empresa, que é do ramo alimentício, não consegue, obviamente, vender para essas pessoas porque elas não dispõem de renda suficiente para comprar seus produtos.
Furlan reclamou também das barreiras comerciais impostas pelos EUA, que dificultam a entrada dos produtos da companhia no mercado americano. "Nosso problema não é qualidade nem competitividade, e sim uma competição injusta", disse.

Stanley Fischer
O vice-presidente do Citigroup, Stanley Fischer, recomendou ontem a Lula, caso vença as eleições, a abrir mais o mercado interno do país e exportar mais. Disse que a economia brasileira precisa crescer a taxas maiores do que a atual.
Fischer, que foi o segundo homem forte do Fundo Monetário Internacional até o começo deste ano, disse que a confiança [dos mercados financeiros" no Brasil pode ser restaurada, que a taxa de câmbio, assim como subiu muito nas últimas semanas, pode cair, mas que tudo dependerá de decisões rápidas do novo governo.
Ele citou como aspecto positivo das políticas econômicas do PT o fato de os Estados e municípios administrados pelo partido terem sido conservadores na área fiscal. Fischer mencionou também que membros importantes do partido já disseram publicamente que não apreciam políticas econômicas inflacionárias. (LEONARDO SOUZA)



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