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Empresário faz crítica à política do governo
DO ENVIADO ESPECIAL A WASHINGTON
O presidente da Sadia, Luiz Fernando Furlan, criticou ontem o
governo, indiretamente, pela
grande quantidade de miseráveis
no Brasil e disse que o próximo
governo vai ter de olhar "para esses 40 milhões brasileiros que vivem abaixo da linha da pobreza".
Para ele, um dos motivos para
que o Brasil ainda tenha pessoas
em condição extrema de pobreza
são as altas taxas de juros cobradas no país. "O novo governo precisa tocar nestas questões", disse.
Furlan falou a empresários e investidores americanos, em evento
promovido pela Câmara de Comércio Brasil-EUA, em Washington. Segundo ele, sua empresa, que é do ramo alimentício, não
consegue, obviamente, vender
para essas pessoas porque elas
não dispõem de renda suficiente
para comprar seus produtos.
Furlan reclamou também das
barreiras comerciais impostas pelos EUA, que dificultam a entrada
dos produtos da companhia no
mercado americano. "Nosso problema não é qualidade nem competitividade, e sim uma competição injusta", disse.
Stanley Fischer
O vice-presidente do Citigroup,
Stanley Fischer, recomendou ontem a Lula, caso vença as eleições,
a abrir mais o mercado interno do
país e exportar mais. Disse que a
economia brasileira precisa crescer a taxas maiores do que a atual.
Fischer, que foi o segundo homem forte do Fundo Monetário
Internacional até o começo deste
ano, disse que a confiança [dos
mercados financeiros" no Brasil
pode ser restaurada, que a taxa de
câmbio, assim como subiu muito
nas últimas semanas, pode cair,
mas que tudo dependerá de decisões rápidas do novo governo.
Ele citou como aspecto positivo
das políticas econômicas do PT o
fato de os Estados e municípios
administrados pelo partido terem
sido conservadores na área fiscal.
Fischer mencionou também que
membros importantes do partido
já disseram publicamente que
não apreciam políticas econômicas inflacionárias.
(LEONARDO SOUZA)
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