São Paulo, terça-feira, 01 de outubro de 2002

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RETA FINAL

Para primeira-dama, petista "está tão diferente que eu não sei bem como a gente pode prever" um governo seu

Governo Lula não será desastre, diz Ruth

Eduardo Knapp/Folha Imagem
Rita Camata, Ruth Cardoso e Wilma Motta participam de evento pró-José Serra nas escadarias do Teatro Municipal de São Paulo


JULIA DUAILIBI
DA REPORTAGEM LOCAL

Em campanha para o presidenciável tucano, José Serra, no centro de São Paulo, a primeira-dama, Ruth Cardoso, afirmou que um eventual governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) "não será nenhum grande desastre".
"O Lula está tão diferente que eu não sei bem como a gente pode prever isso [como seria um governo do petista]. Eu acho que não será nenhum grande desastre, mas não são as propostas que eu quero apoiar", disse Ruth, que evitou fazer mais previsões ao ser indagada sobre a forma como via um eventual governo do PT na Presidência da República.
Com a proximidade das eleições, a primeira-dama tem acompanhado Serra, de quem é amiga há mais de 30 anos, em alguns eventos de campanha. O candidato já chegou a dizer que gostaria de ter Ruth Cardoso no comando de alguma pasta social de um eventual governo seu.
Vários pontos sociais do programa de governo do candidato têm a mão da primeira-dama, que angariou intelectuais e acadêmicos da USP e da Unicamp para contribuir à campanha de Serra.
Assim como o presidente Fernando Henrique Cardoso já disse, Ruth minimizou a importância de diploma para exercer a Presidência. Defendeu como o verdadeiro debate a viabilidade das propostas dos candidatos, campo em que, para ela, Serra ganha.

Palpite
A primeira-dama também afirmou acreditar que não há a possibilidade de Serra não ir para o segundo turno. Para defender a tese, usou os mesmos argumentos defendidos pela campanha tucana: "O segundo turno é o momento em que a luta dos programas, das propostas, é fundamental", disse a antropóloga.
Ruth esteve ontem em um ato em favor da candidatura Serra, em frente ao Teatro Municipal, para cerca de mil pessoas. Participaram, entre outros, Serra, a candidata a vice, Rita Camata, o governador Geraldo Alckmin e o filósofo José Arthur Giannotti.
Ao analisar a importância da alternância no poder, Ruth afirmou que é falsa a impressão de que "mudar por mudar" é o caminho mais democrático. A eleição em si já demonstraria que há mudança, sem que fosse necessária a troca de partidos. "Isso é democracia: o povo escolher o que quer, e não achar que mudar por mudar é um caminho mais democrático. É por isso que existe eleição. Se não, a gente faria um sorteio, e cada partido iria uma vez para o poder."



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