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RETA FINAL
Coordenador da Frente nega possibilidade de desistência e pede que integrantes da aliança assistam ao debate
PT sonda PPS sobre renúncia, diz Herrmann
PATRICIA ZORZAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Integrante da coordenação da
campanha de Ciro Gomes (PPS) à
Presidência, o deputado João
Herrmann afirmou ontem que foi
sondado na semana passada pelo
PT sobre a possibilidade de o ex-governador desistir da disputa em
favor de Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) ainda no primeiro turno.
Segundo Herrmann, os interlocutores do recado foram os coordenadores de programa de governo de Lula, Antônio Palocci Filho,
e de José Genoino, José Machado.
A conversa ocorreu, de acordo
com o pepessista, horas depois da
divulgação de pesquisa Datafolha
que indicou Lula com 48% dos
votos válidos. Com esse percentual, o petista, em tese, encontrava-se a dois pontos percentuais de
uma vitória já no primeiro turno.
"Respondi que estava disposto a
discutir o segundo turno na eleição para o governo de São Paulo",
disse Herrmann, representante
de Ciro nas discussões que buscaram a união das esquerdas em
torno de um único candidato.
Machado nega a conversa, e Palocci não foi localizado até o fechamento desta edição. A iniciativa do PT é mais uma entre as propostas de renúncia que o presidenciável tem recebido desde que
surgiu a possibilidade de a eleição
ser encerrada em um único turno.
Desde a semana passada, foram
várias as pressões feitas nesse sentido, inclusive por integrantes da
Frente Trabalhista. Entre eles, o filósofo Roberto Mangabeira Unger, coordenador do programa de
governo de Ciro, e o presidente do
PDT, Leonel Brizola. Herrmann
nega essa hipótese. "Só se os outros três candidatos também renunciarem", ironiza.
Em nota divulgada ontem, o
coordenador diz ter enviado cartas a todos os candidatos a cargos
majoritários e proporcionais, diretórios estaduais e municipais
das siglas que compõem a Frente
(PTB, PPS e PDT), reafirmando
sua confiança na passagem de Ciro para o segundo turno.
No texto, pede que todos assistam ao debate da quinta-feira,
participando do que chama de
"Noite de Cristal", e cita pesquisas
da campanha que indicariam que
38% dos votos para o Planalto
ainda não estão ""cristalizados".
Aliados do presidenciável no
PTB, no PPS e no núcleo da campanha procuraram ontem minimizar o efeito da declaração de
Brizola a favor do apoio a Lula.
Avaliam que o pedetista busca
"sobreviver" politicamente, tentando atrair os votos dos petistas
no Rio. Brizola ocupa a quarta colocação na disputa pelo Senado.
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