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Deputado diz sofrer
"linchamento moral"
IRINEU MACHADO
da Agência Folha, em São Luís
O deputado estadual José Gerardo de Abreu (PPB-MA), 59,
afirmou que, na próxima quarta-feira, em depoimento à CPI do
Narcotráfico, em Brasília, negará
todos os crimes dos quais é acusado e dirá que está sofrendo "um
linchamento moral".
Em entrevista à Agência Folha,
Gerardo de Abreu afirmou que o
deputado Francisco Caíca (PSD),
seu ex-aliado político, foi "ensaiado" para "inventar" denúncias
contra ele.
O deputado se negou a receber a
reportagem. A entrevista foi feita
por intermédio de um de seus advogados, que passou as respostas
de Abreu por telefone.
Agência Folha - O que o sr. dirá à CPI do Narcotráfico?
José Gerardo de Abreu - Vou
dizer que isso é uma vingança torpe e mesquinha. É um linchamento moral de minha pessoa,
simplesmente por contrariar os
interesses do tráfico de drogas,
com o qual está envolvido um irmão do gerente de Justiça (Raimundo Cutrim, gerente de Segurança e Justiça do Estado). A sua
omissão na apuração desses crimes caracteriza sua conivência.
Agência Folha - O sr. tomou
conhecimento das acusações
feitas pelo deputado Caíca contra o sr. em depoimento à CPI da
Assembléia Legislativa, imputando-lhe o mando de vários assassinatos?
Abreu - Sim.
Agência Folha - O que o sr.
tem a dizer sobre as acusações?
Abreu - O deputado Caíca, mesmo sendo ensaiado para me acusar, não teve talento para representar, pois há contradições flagrantes, invalidando assim qualquer acusação mentirosa contra a
minha pessoa.
Agência Folha - Houve algum
contato pessoal seu com o deputado Caíca recentemente?
Abreu - Não. Ele mesmo declarou que nunca houve.
Agência Folha - Se há uma armação contra o sr., quem teria
interesse em fazê-la?
Abreu - Desde o início, tenho
dito que é uma armação. O principal articulador é o gerente de Segurança, delegado Raimundo Cutrim, pois fiz várias denúncias no
plenário da Assembléia acusando-o e também o seu irmão. Ele
por estar sendo investigado pelo
Ministério Público. Seu irmão por
ser um dos maiores traficantes de
drogas do Maranhão.
Por isso, começaram a derramar seu veneno contra mim,
montando uma perseguição, invadindo minhas propriedades arbitrariamente, prendendo veículos de minha empresa sob a alegação infundada de terem procedência duvidosa. Esses veículos
foram adquiridos junto à concessionária Vemar, com financiamento do Banco Real.
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