São Paulo, Segunda-feira, 01 de Novembro de 1999
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Deputado diz sofrer "linchamento moral"

IRINEU MACHADO
da Agência Folha, em São Luís

O deputado estadual José Gerardo de Abreu (PPB-MA), 59, afirmou que, na próxima quarta-feira, em depoimento à CPI do Narcotráfico, em Brasília, negará todos os crimes dos quais é acusado e dirá que está sofrendo "um linchamento moral".
Em entrevista à Agência Folha, Gerardo de Abreu afirmou que o deputado Francisco Caíca (PSD), seu ex-aliado político, foi "ensaiado" para "inventar" denúncias contra ele.
O deputado se negou a receber a reportagem. A entrevista foi feita por intermédio de um de seus advogados, que passou as respostas de Abreu por telefone.

Agência Folha - O que o sr. dirá à CPI do Narcotráfico?
José Gerardo de Abreu -
Vou dizer que isso é uma vingança torpe e mesquinha. É um linchamento moral de minha pessoa, simplesmente por contrariar os interesses do tráfico de drogas, com o qual está envolvido um irmão do gerente de Justiça (Raimundo Cutrim, gerente de Segurança e Justiça do Estado). A sua omissão na apuração desses crimes caracteriza sua conivência.

Agência Folha - O sr. tomou conhecimento das acusações feitas pelo deputado Caíca contra o sr. em depoimento à CPI da Assembléia Legislativa, imputando-lhe o mando de vários assassinatos?
Abreu -
Sim.

Agência Folha - O que o sr. tem a dizer sobre as acusações?
Abreu -
O deputado Caíca, mesmo sendo ensaiado para me acusar, não teve talento para representar, pois há contradições flagrantes, invalidando assim qualquer acusação mentirosa contra a minha pessoa.

Agência Folha - Houve algum contato pessoal seu com o deputado Caíca recentemente?
Abreu -
Não. Ele mesmo declarou que nunca houve.

Agência Folha - Se há uma armação contra o sr., quem teria interesse em fazê-la?
Abreu -
Desde o início, tenho dito que é uma armação. O principal articulador é o gerente de Segurança, delegado Raimundo Cutrim, pois fiz várias denúncias no plenário da Assembléia acusando-o e também o seu irmão. Ele por estar sendo investigado pelo Ministério Público. Seu irmão por ser um dos maiores traficantes de drogas do Maranhão.
Por isso, começaram a derramar seu veneno contra mim, montando uma perseguição, invadindo minhas propriedades arbitrariamente, prendendo veículos de minha empresa sob a alegação infundada de terem procedência duvidosa. Esses veículos foram adquiridos junto à concessionária Vemar, com financiamento do Banco Real.


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