São Paulo, sexta-feira, 01 de novembro de 2002 |
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PAINEL Reduzir expectativas Discute-se na cúpula do PT a necessidade de Lula fazer um forte pronunciamento antes da posse a fim de mostrar os números da economia e dizer que recebeu de FHC um Estado praticamente quebrado. Para tentar diminuir as expectativas sobre o primeiro ano do seu governo. Lavar as mãos O PT está preocupado com os discursos de FHC e da equipe econômica, que batem sistematicamente na tecla de que estão entregando a Lula um país "pronto para crescer". Paz e amor Lula resiste em fazer o pronunciamento, pois quer manter boa relação com FHC, a quem considera ser seu "fiador" junto ao mercado financeiro e às autoridades internacionais. Desde o início da transição, o dólar tem mantido tendência de queda. E o salário mínimo? Além de resistir ao pronunciamento, Lula também tem contribuído para alimentar as expectativas sobre o seu futuro governo em suas entrevistas. Vira e mexe diz que tratará os pobres como se fossem seus filhos. Entre cristais José Dirceu teve reuniões com as duas alas do PMDB. O petista busca algo que FHC não conseguiu em oito anos no Planalto: uni-las em torno do governo. Tática de sufoco A cúpula do PMDB ameaça nos bastidores fechar um acordo com PSDB e PFL a fim de eleger os presidentes da Câmara e do Senado, se não for bem atendida por Lula no governo federal. A dobradinha seria Michel Temer na Câmara (PMDB) e Marco Maciel no Senado (PFL). Poder esvaziado O jogo de pressão da cúpula do PMDB tem motivo prático: os atuais governistas do partido temem perder espaço na futura administração e no Congresso para os peemedebistas dissidentes que, liderados por Sarney, apoiaram Lula na eleição. Base faminta O risco de Michel Temer (SP) e companhia é o de pressionar demais o PT e acabar perdendo o controle político do PMDB, cuja maioria parlamentar tem por hábito preferir ficar ao lado da caneta real. Já há quem fale até em mudar o presidente da sigla. Barulho à vista Eduardo Suplicy (PT) já avisou ao PT que pretende brigar pela Presidência do Senado -cobiçada pelo PMDB. Fila de emprego Amigos de Lula têm recebido várias ligações por dia de pessoas, muitas delas figuras públicas, oferecendo-se para trabalhar no governo federal. Firmeza oposicionista O PFL calcula que, com a decisão de ser oposição a Lula, deverá perder pelo menos 20 deputados antes da posse, que buscarão partidos aliados ao governo eleito, como o PL, o PTB e o PV. Boina emprestada Na reunião do PFL ontem, ACM disse que, se o partido quer ser oposição, "precisa se aparelhar", contratando assessores especializados em vasculhar as contas do governo. Guerrilha tucana Enquanto o PSDB faz oficialmente o discurso da "oposição com colaboração", seja lá o que isso signifique, a ala de SP da sigla discute algo bem diferente: Aloysio Nunes e Alberto Goldman, por exemplo, prometem, depois da trégua de início de governo, uma "oposição à la PT". A campanha acabou Zeca do PT (MS) já fala em manter seu irmão e sua mulher em cargos do governo. No início da campanha, com seu aval, a Assembléia aprovou emenda determinando que parentes em cargos comissionados sejam exonerados até 31 de janeiro. Sob nova direção O restaurante do Planalto passou por uma reforma e reabriu com todas as toalhas vermelhas. Antes, eram azuis. TIROTEIO De Delfim Netto, sobre Lula: - Lula está provando que tem todos os ingredientes para se tornar um estadista. Já começou a perceber que a maldição de um estadista é a de não cumprir com a sua palavra. CONTRAPONTO Último cartucho
A cidade de Imperatriz é considerada uma espécie de pólo
oposicionista do Maranhão. É
governada por Jomar Fernandes (PT) e não tem muita simpatia pelo clã dos Sarneys, principalmente pela senadora eleita
Roseana, que nunca teve votações muito boas por lá. |
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