São Paulo, sexta-feira, 01 de novembro de 2002

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DIA DE PROTESTOS

Protestos ocorreram em outras seis capitais; faixas pediam para Lula romper com o Fundo

Ato reúne 4.000 contra Alca e FMI em SP

EDUARDO SCOLESE
DA AGÊNCIA FOLHA

Pedindo o fim das negociações em torno da Alca (Área de Livre Comércio das Américas) e a ruptura do acordo brasileiro com o FMI (Fundo Monetário Internacional), cerca de 4.000 pessoas participaram ontem à tarde de um ato pacífico na avenida Paulista, em São Paulo.
Em menor escala, houve também manifestações anti-Alca organizadas por movimentos sociais, sindicatos e partidos de esquerda no Rio de Janeiro e em Belém, Curitiba, Fortaleza, Belo Horizonte e Porto Alegre.
Algumas lideranças petistas participaram do ato em São Paulo. O PT tem defendido uma negociação soberana do país em relação ao acordo comercial.
Em São Paulo, o ato transcorreu durante uma hora e meia sem incidentes, ao contrário do ano passado, quando houve depredações, confrontos com a PM e dezenas de feridos.
Em meio à passeata, havia centenas de bandeiras da CUT (Central Única dos Trabalhadores), do PT, do PC do B, do PSTU, além de faixas que pediam a Luiz Inácio Lula da Silva o rompimento com o FMI e a não-negociação da Alca. Alguns cartazes pediam paz no Iraque e no Oriente Médio.
A caminhada terminou com discursos inflamados em frente ao prédio do Banco Central. Antes, diante do Citibank, alguns manifestantes queimaram uma bandeira norte-americana.
Os deputados federais reeleitos pelo PT Ivan Valente e Luiz Eduardo Greenhalgh compareceram ao ato. "A proposta da Alca prejudica todos os países de mesmo nível de desenvolvimento. O PT já disse que é contra as negociações. Isso é uma questão definitiva", disse Valente.
No Rio, cerca de 200 manifestantes fizeram o enterro simbólico da Alca em frente ao Consulado dos EUA. O PSTU lamentou a ausência dos petistas.
O fim do ato foi marcado pela queima da bandeira americana e de uma cartola que estava sobre a cabeça de um boneco do presidente dos EUA, George W. Bush. Um dos manifestantes jogou areia em um policial e fugiu depois de causar um tumulto.
Em Fortaleza, o ato reuniu cerca de 400 pessoas, que queimaram uma bandeira dos EUA e protestaram em frente a uma loja do McDonald's. Da mesma forma, cerca de 35 integrantes do Comitê Mineiro do Fórum Social Mundial protestaram no centro de Belo Horizonte.
Em Curitiba, 300 estudantes participaram de protesto organizado pela UNE (União Nacional dos Estudantes) e pela Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas). Em Porto Alegre, 200 manifestantes fizeram um protesto em frente ao Citibank. Em Belém, cem pessoas ligadas à CPT (Comissão Pastoral da Terra) e a entidades sindicais participaram de caminhada em direção ao consulado dos EUA.


Colaboraram a Sucursal do Rio e a Agência Folha


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