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PROGRAMAS SOCIAIS
Coordenador do projeto petista contra a fome afirma que novo governo também não acabará com Renda Mínima
Graziano diz que PT manterá Bolsa-Escola
LIEGE ALBUQUERQUE
DA REPORTAGEM LOCAL
A gestão do presidente eleito
Luiz Inácio Lula da Silva não vai
acabar com programas sociais-
como o Renda Mínima e o Bolsa-Escola- já desenvolvidos pelo
governo tucano de FHC.
A afirmação é do economista
José Graziano da Silva, um dos
coordenadores do projeto Fome
Zero. O governo eleito anunciou
que pretende começar a implantar o projeto no início de 2003.
"Claro que todos os programas
sociais em vigor serão avaliados,
mas não há possibilidade de acabar com o Renda Mínima e o Bolsa-Escola", afirmou Graziano. "O
governo Lula virá para criar programas sociais, não para passar o
trator nos que eventualmente estão dando certo", completou.
Para o economista, cotado para
ser o titular da anunciada Secretaria Nacional de Emergência Social, as críticas que o programa
vem recebendo desde o anúncio
de que a nova secretaria iria começar pela criação de cartões-alimentação são fruto de "terrorismo". "O mesmo terrorismo feito
na época da eleição, de que iríamos acabar com esse ou aquele
programa ou romper acordos."
Dentro do projeto Fome Zero, o
programa dos cartões foi anunciado na terça-feira por Graziano
como uma das três principais
prioridades do governo Lula no
primeiro semestre da nova administração- além da abertura de
400 mil postos de trabalho para
jovens e da discussão do salário
mínimo. Cada cartão deve valer
de R$ 50 a R$ 150, recarregáveis
mensalmente, para a compra exclusiva de alimentos.
Segundo ele, nas próximas semanas técnicos da FAO (Organização das Nações Unidas para
Agricultura e Alimentação) devem vir ao Brasil para anunciar
ajuda financeira e técnica para a
confecção dos cartões magnéticos
que serão usados por famílias para trocar por alimentos.
"Falei há pouco [ontem] com
José Turbino [representante no
Brasil da FAO] e ele se dispôs a
ajudar com todo o know- how de
programas similares nos Estados
Unidos e no México", disse ele.
Segundo Graziano, numa primeira conversa, Turbino teria lhe
afirmado que os técnicos da FAO
explicaram ser possível descartar
o uso de tíquetes de papel.
Graziano afirmou que conversou com o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) e que ambos marcaram uma reunião para a segunda-feira. De acordo com o economista, Suplicy teria críticas à idéia do
cartão, mas se dispôs a conversar.
"Sua maior preocupação é se o
Renda Mínima vai acabar, o que é
impossível", afirmou Graziano.
Ontem, em entrevista à Folha,
Suplicy criticou os cartões-alimentação, afirmando que oferecer benefício em dinheiro "dá liberdade de escolha, é mais racional". Os cartões anunciados por
Graziano seriam somente para a
compra de alimentos.
O economista reafirmou que a
implantação do sistema dos cartões-alimentação deverá servir
até 2 milhões de famílias ou 9 milhões de pessoas no primeiro ano
de governo petista de Lula.
A idéia, segundo Graziano, é
que o benefício seja custeado com
doações de órgãos internacionais,
com recursos do orçamento
-principalmente do Fundo de
Combate à Pobreza- e também
com a possibilidade de incentivos
fiscais a empresários que quiserem colaborar com o projeto.
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