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Para petista, Lula fez discurso sob "emoção"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O líder do governo no Senado,
Aloizio Mercadante (PT-SP), e o
ministro José Dirceu (Casa Civil)
justificaram as declarações dadas
pelo presidente Luiz Inácio Lula
da Silva no dia anterior, em Campina Grande (PB), quando -sem
citar nomes- ele chamou "muitos" dos seus antecessores de "covardes", por não terem realizado
"o que precisa ser feito" para melhorar a situação do país.
"Para quem vê o Brasil dos tapetes de Brasília, talvez seja uma declaração muito forte, mas, para
quem olha para Brasília de onde
está essa multidão de miseráveis e
famintos desempregados, talvez
seja uma declaração amena", disse Mercadante.
"As declarações do presidente
foram feitas num discurso de improviso. Aqueles que querem criticar têm o direito de criticar, estamos numa democracia", afirmou
Dirceu. Questionado se ele acha
que Lula se referia a alguém especificamente, o ministro disse não
acreditar. "Ele teria falado. O Brasil conhece o presidente, sabe que
ele é franco e sincero."
Segundo Mercadante, Lula fez a
crítica a ex-presidentes sob a
emoção causada pelo que presenciou durante a viagem: situação
de pobreza, numa cidade sem sistema de irrigação e com o leito do
rio seco e população vivendo, em
sua maioria, exclusivamente com
os recursos do programa Bolsa-Alimentação do governo federal.
"O cenário de pobreza, miséria
e dificuldade bate muito forte em
Lula, que viveu aquilo, passou por
aquilo. Acho que foi o clima de
emoção, de sensibilidade, que fez
com que ele tenha uma reação
com essa intensidade." Mercadante repetiu as declarações de
Lula num tom mais ameno.
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