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São Paulo, sábado, 01 de novembro de 2003

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Para petista, Lula fez discurso sob "emoção"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), e o ministro José Dirceu (Casa Civil) justificaram as declarações dadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia anterior, em Campina Grande (PB), quando -sem citar nomes- ele chamou "muitos" dos seus antecessores de "covardes", por não terem realizado "o que precisa ser feito" para melhorar a situação do país.
"Para quem vê o Brasil dos tapetes de Brasília, talvez seja uma declaração muito forte, mas, para quem olha para Brasília de onde está essa multidão de miseráveis e famintos desempregados, talvez seja uma declaração amena", disse Mercadante.
"As declarações do presidente foram feitas num discurso de improviso. Aqueles que querem criticar têm o direito de criticar, estamos numa democracia", afirmou Dirceu. Questionado se ele acha que Lula se referia a alguém especificamente, o ministro disse não acreditar. "Ele teria falado. O Brasil conhece o presidente, sabe que ele é franco e sincero."
Segundo Mercadante, Lula fez a crítica a ex-presidentes sob a emoção causada pelo que presenciou durante a viagem: situação de pobreza, numa cidade sem sistema de irrigação e com o leito do rio seco e população vivendo, em sua maioria, exclusivamente com os recursos do programa Bolsa-Alimentação do governo federal.
"O cenário de pobreza, miséria e dificuldade bate muito forte em Lula, que viveu aquilo, passou por aquilo. Acho que foi o clima de emoção, de sensibilidade, que fez com que ele tenha uma reação com essa intensidade." Mercadante repetiu as declarações de Lula num tom mais ameno.


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