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Para senador, resultado das urnas
deve afetar mudança ministerial
DA REPORTAGEM LOCAL
O líder do governo no Senado,
Aloizio Mercadante (PT-SP), disse ontem que o resultado das eleições municipais provocará algum
tipo de reflexo nas discussões de
uma reforma ministerial que, segundo ele, deverá começar a ganhar corpo no governo Luiz Inácio Lula da Silva logo após o final
do segundo turno.
"Acho que a avaliação do desempenho do governo é muito
mais complexa, deve e exige uma
análise muito mais ampla, do que
apenas as eleições municipais.
Mas é evidente que a eleição municipal é uma forma de consulta
que deve estar, é um dos elementos que deve ser considerado para
você aprimorar as políticas de governo e, eventualmente, a equipe", disse o senador, logo após votar, ontem pela manhã, na seção
eleitoral instalada no colégio Santa Clara, na Vila Madalena, em
São Paulo.
Segundo o senador, esse "balanço político" será feito logo após as
eleições. Ele não quis adiantar as
discussões sobre possíveis alterações na equipe ministerial, embora reconheça que essa análise começará em curto prazo.
A propósito das eleições de
2006, Mercadante disse ser necessária a "construção de um pacto
de unidade no partido". Como há
muitos e informais pré-candidatos petistas ao governo de São
Paulo, prevê-se uma disputa interna acirrada. Além de Mercadante, que informalmente vem
sendo lançado ao governo, e de
João Paulo Cunha, presidente da
Câmara dos Deputados, a própria
prefeita Marta Suplicy, caso sua
derrota se confirme oficialmente,
é um forte nome para a disputa.
Mercadante antecipou o que já
seria uma linha principal da futura campanha do PT ao governo
paulista em 2006: explorar a "fadiga de material" do PSDB, que está
há dez anos no poder estadual.
"Acho que há uma fadiga de
material e há uma demanda por
renovação e por mudanças. E nós
vamos trabalhar bastante esse
sentimento", disse o senador.
Mercadante se esquivou, ao ser
indagado se poderia confirmar
sua candidatura ao governo do
Estado: "Vamos aguardar a eleição municipal, depois a gente vai
discutir esse tema".
"Injusta"
Na entrevista concedida logo
após a votação, Mercadante atribuiu à sua própria participação na
campanha parte do crescimento
de Marta verificado pelas pesquisas de intenção de voto nos dias
que antecederam o pleito.
"Eu realmente acho que a Marta
fez um grande governo, acho que
em alguns momentos ela foi tratada de forma muito injusta e, por
isso, fiz questão de ter uma posição muito firme na defesa dela.
Inclusive o momento em que eu
entrei de cabeça na campanha
ajudou a reverter o quadro, o candidato [José] Serra começou a
cair, a Marta começou a subir, e
tudo o que eu fiz fiz por convicção
e faria de novo", declarou.
Mercadante disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
"sai fortalecido" das eleições municipais. "O PT era o quarto partido, passa a ser o primeiro partido
em termos de resultado das eleições, com 16,5 milhões de votos,
com presença muito forte nos
grandes centros urbanos", disse o
senador.
(RUBENS VALENTE)
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