São Paulo, segunda-feira, 01 de novembro de 2004

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Para senador, resultado das urnas deve afetar mudança ministerial

DA REPORTAGEM LOCAL

O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), disse ontem que o resultado das eleições municipais provocará algum tipo de reflexo nas discussões de uma reforma ministerial que, segundo ele, deverá começar a ganhar corpo no governo Luiz Inácio Lula da Silva logo após o final do segundo turno.
"Acho que a avaliação do desempenho do governo é muito mais complexa, deve e exige uma análise muito mais ampla, do que apenas as eleições municipais. Mas é evidente que a eleição municipal é uma forma de consulta que deve estar, é um dos elementos que deve ser considerado para você aprimorar as políticas de governo e, eventualmente, a equipe", disse o senador, logo após votar, ontem pela manhã, na seção eleitoral instalada no colégio Santa Clara, na Vila Madalena, em São Paulo.
Segundo o senador, esse "balanço político" será feito logo após as eleições. Ele não quis adiantar as discussões sobre possíveis alterações na equipe ministerial, embora reconheça que essa análise começará em curto prazo.
A propósito das eleições de 2006, Mercadante disse ser necessária a "construção de um pacto de unidade no partido". Como há muitos e informais pré-candidatos petistas ao governo de São Paulo, prevê-se uma disputa interna acirrada. Além de Mercadante, que informalmente vem sendo lançado ao governo, e de João Paulo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados, a própria prefeita Marta Suplicy, caso sua derrota se confirme oficialmente, é um forte nome para a disputa.
Mercadante antecipou o que já seria uma linha principal da futura campanha do PT ao governo paulista em 2006: explorar a "fadiga de material" do PSDB, que está há dez anos no poder estadual.
"Acho que há uma fadiga de material e há uma demanda por renovação e por mudanças. E nós vamos trabalhar bastante esse sentimento", disse o senador.
Mercadante se esquivou, ao ser indagado se poderia confirmar sua candidatura ao governo do Estado: "Vamos aguardar a eleição municipal, depois a gente vai discutir esse tema".

"Injusta"
Na entrevista concedida logo após a votação, Mercadante atribuiu à sua própria participação na campanha parte do crescimento de Marta verificado pelas pesquisas de intenção de voto nos dias que antecederam o pleito.
"Eu realmente acho que a Marta fez um grande governo, acho que em alguns momentos ela foi tratada de forma muito injusta e, por isso, fiz questão de ter uma posição muito firme na defesa dela. Inclusive o momento em que eu entrei de cabeça na campanha ajudou a reverter o quadro, o candidato [José] Serra começou a cair, a Marta começou a subir, e tudo o que eu fiz fiz por convicção e faria de novo", declarou.
Mercadante disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva "sai fortalecido" das eleições municipais. "O PT era o quarto partido, passa a ser o primeiro partido em termos de resultado das eleições, com 16,5 milhões de votos, com presença muito forte nos grandes centros urbanos", disse o senador. (RUBENS VALENTE)


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