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Vestidos de preto, jovens fazem protesto contra
a vitória de Paes no Rio
ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO
Organizados pela internet
sem o apoio de partidos, pelo
menos 2.000 jovens protestaram ontem, no centro do Rio,
contra o que chamam de irregularidades na campanha do
prefeito eleito Eduardo Paes
(PMDB). Cinco dias após o segundo turno, a mobilização se
tornou um dos maiores atos
eleitorais do ano na cidade.
Os organizadores disseram
que o movimento é a favor "da
democracia e da Justiça Eleitoral" e negaram que tenha relação com Fernando Gabeira
(PV), candidato derrotado.
Vestidos de preto, com rostos pintados de verde e amarelo e com fitas brancas e azuis
(cores da bandeira do Rio), cerca de 2.000 pessoas, segundo a
PM -5.000, para os organizadores-, caminharam por duas
horas pelas ruas do centro.
O protesto foi organizado
por uma comunidade (com
mais de 13 mil membros) do site de relacionamentos Orkut e
por um blog, ambos com o nome Movimento Pró-Democracia. As pessoas levaram caixões
e cartazes que "anunciaram" a
"morte da democracia".
Os organizadores afirmam
que não querem, a princípio, a
anulação da eleição. Pedem
que o TRE julgue, antes da diplomação de Paes como prefeito, todos os processos de irregularidades encontradas por
fiscais eleitorais. Eles dizem
que não se trata de uma manifestação pró-Gabeira (PV),
derrotado no domingo por 55
mil votos de diferença.
"Fomos ao TRE e levantamos o que foi apurado no segundo turno como irregularidade. Apresentaram 18 processos, todos contra um candidato. Se o Paes cometeu crimes
eleitorais, o problema é dele. O
que nós queremos é que se
apure o que ocorreu e se defina
a punição, se houve irregularidade", afirmou Pablo Leal, 25,
um dos seis organizadores.
Um dos alvos do protesto foi
o presidente em exercício do
TRE, desembargador Alberto
Motta Moraes, que afirmou em
entrevista ao jornal "O Globo"
que o ato se tratava de "manifestação de perdedor". "Quem
é o perdedor?", gritaram os jovens em frente ao TRE.
A maioria dos manifestantes
ouvidos afirmou ter ficado no
Rio no domingo -não contribuído para a alta abstenção- e
votado em Gabeira, mas o verde não era unanimidade. Eleitor de Paes no segundo turno, Guilherme Figueira, 25,
estudante de direito, foi à
concentração na Cinelândia
porque presenciou "coisas
sórdidas" no dia da eleição.
"Vi gente com bandeira
do Paes na minha zona eleitoral. Votei nele porque as
propostas me seduziram
mais. Mas acho que a forma
como o Gabeira fez a campanha é a mais correta."
Gabeira afirmou que não
compete a ele "avaliar manifestações". "Nosso setor
jurídico está acompanhando a conclusão dos processos", disse. Ele elogiou a defesa da campanha limpa nas
eleições. Eduardo Paes não
quis comentar a manifestação ontem.
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