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Duda Mendonça pede desbloqueio de bens
Publicitário, que disse ter recebido R$ 10,5 milhões no exterior a pedido de Marcos Valério, foi envolvido no caso mensalão
Defesa do marqueteiro,
que fez a campanha de Lula em 2002, afirma que Duda assumiu a sonegação fiscal e pagou mais de R$ 5 milhões
ANA FLOR
DA REPORTAGEM LOCAL
Os advogados do publicitário
Duda Mendonça pediram ao
STF (Supremo Tribunal Federal) o desbloqueio dos bens dele
e de sua sócia, Zilmar Fernandes da Silveira. Advogados alegam que o congelamento dos
bens está causando a "asfixia"
de empresas do publicitário.
Duda -que fez a campanha
vitoriosa do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva em 2002-
teve os bens bloqueados por
envolvimento no esquema do
mensalão. Em 2005, ele admitiu ter recebido no exterior o
equivalente a R$ 10,5 milhões
como forma de pagamento por
campanhas petistas.
O bloqueio de bens foi determinado pelo STF em junho de
2006, após pedido do Ministério Público Federal.
No pedido do desbloqueio
enviado ao STF, os advogados
alegam que o publicitário já fez
o pagamento de mais de R$ 5
milhões, assumiu a sonegação
fiscal e tem pagado prestações
de valores devidos.
O documento fala ainda que
Duda e Zilmar "sofreram longa
e minuciosa devassa promovida pela Receita Federal", além
de terem as contas de suas empresas examinadas.
O advogado de Duda, Tales
Castelo Branco, afirma que
"dois anos se passaram e nada
foi apurado que pudesse comprovar prejuízos causados à administração pública em razão
de fraudes em licitação". Esse
foi o argumento utilizado pela
Procuradoria Geral da República para pedir o bloqueio.
O pedido ao Supremo informa ainda que a vida do publicitário, desde o escândalo, foi "esquadrinhada". Os reflexos financeiros teriam sido o fechamento de escritórios de suas
empresas e demissões.
O advogado disse ainda que o
bloqueio dos bens é uma antecipação indevida da pena.
A empresa de Duda foi colocada sob suspeita na CPI dos
Correios em agosto de 2005.
Na CPI, ele disse ter sido orientado por Marcos Valério, apontado como um dos articuladores do esquema do mensalão, a
abrir uma empresa "offshore"
nas Bahamas para receber dívidas do PT com campanhas.
Antes de prestar depoimento, Duda transferiu de sua conta no BankBoston R$ 2,5 milhões para a Nov Patrimonial
Ltda. A transferência teria
ocorrido, segundo a CPI, porque ele temia ter o dinheiro retido, o que acabou ocorrendo,
com a indisponibilidade de
bens decretada pelo Supremo
em junho de 2006.
Duda e Zilmar são acusados
pela Procuradoria Geral da República, entre outras coisas, de
lavagem de dinheiro e evasão
de divisas.
Depois de ficar afastado de
campanhas políticas em 2006,
segundo ele, por causa do escândalo do mensalão, Duda
Mendonça voltou ao marketing
político neste ano, vencendo
campanhas em Fortaleza, Belém, São Luís e Belo Horizonte,
onde atuou como consultor no
segundo turno.
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