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RORAIMA
PF prende dez suspeitos de fraude em licitação de obra
JOSÉ EDUARDO RONDON
MATHEUS PICHONELLI
DA AGÊNCIA FOLHA
Uma operação da Polícia
Federal prendeu ontem em
Roraima dez pessoas suspeitas de participação em um
esquema de fraude em licitações de uma obra que receberia verbas do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Entre os presos está
o coordenador regional da
Funasa, Marcelo Lopes.
O Ministério Público Estadual e a PF afirmam que o
grupo de suspeitos fraudou
licitações destinadas às
obras de drenagem de um
igarapé em Mucajaí (RR). A
obra, de cerca de R$ 2 milhões, não foi realizada. Metade do valor seria repassado
com verbas do PAC, e a outra
metade, com recursos de
emendas ao Orçamento.
O superintendente da PF
em Roraima, José Maria
Fonseca, disse que o dinheiro não chegou a ser desviado.
"A licitação foi fraudada, o
crime foi cometido, mas o dinheiro efetivamente ainda
não tinha sido liberado."
Ele afirmou que, com a
anuência de Lopes, coordenador da Funasa de Roraima, empresas de fachada
eram montadas e habilitadas
para as licitações.
Entre as irregularidades
listadas pela PF e pelo MPE
está o "direcionamento no
resultado de licitações".
As investigações apontaram a participação de funcionários da Prefeitura de Mucajaí (80 km de Boa Vista).
Entre os presos estão José
Jane da Silva, ex-secretário
de Obras de Mucajaí, e a
atual secretária de Finanças
da cidade, Meire de Souza.
A Funasa informou que
não está envolvida nas suspeitas "porque não conduz o
processo de licitação". Disse,
por meio de sua assessoria de
imprensa, que a condução do
processo de licitação é uma
atribuição de Estados e municípios, e que a Funasa apenas cede os recursos originados do Orçamento. Neste caso, afirmou, os recursos não
foram sequer liberados.
Afirmou ontem que não
havia sido informada sobre a
participação do coordenador
da entidade em Roraima em
supostas irregularidades.
O prefeito de Mucajaí, José Alves Lima (PSDB), disse
que ainda buscava informações a respeito da investigação sobre servidores. Dos
presos, afirmou que apenas
três tinham ligação com a
prefeitura -a atual secretária de Finanças, um ex-secretário de Obras e Finanças
e uma contadora.
Disse, ainda, que cancelou
as obras há cerca de três meses, quando surgiram suspeitas de irregularidades.
O prefeito afirmou também que o então secretário
de Obras, José Jane da Silva,
conhecido como Xingu, foi
exonerado na época.
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