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DIPLOMACIA
Anúncio da visita de Amorim ao Irã cria mal-estar com Israel
CLAUDIO DANTAS SEQUEIRA
SAMY ADGHIRNI
DA REPORTAGEM LOCAL
O ministro das Relações
Exteriores, Celso Amorim,
chega amanhã a Teerã, onde
se reúne com o presidente
iraniano, Mahmoud Ahmadinejad. É a primeira visita
de um chanceler brasileiro
ao Irã em 17 anos. Além de
cumprir agenda comercial, o
ministro vai acertar os detalhes da primeira visita de Estado de Ahmadinejad ao Brasil em 2009. O anúncio da
viagem incomodou a diplomacia israelense.
Em reação, a Embaixada
de Israel em Brasília disparou por e-mail várias notas
criticando o governo iraniano. "Ahmadinejad fala e age
como se fosse o novo líder do
Terceiro Mundo. O Irã está
se preparando para ser o líder do "Eixo do Mal" do
Oriente Médio", diz uma das
mensagens. Questionado, o
chefe interino da embaixada
israelense, Raphael Singer,
admitiu o mal-estar. "Estamos um pouco incomodados
com o "timing" dessa visita,
pois Ahmadinejad voltou a
pregar que Israel seja varrido
do mapa. É um líder anti-semita", disse Singer à Folha.
O Itamaraty não quis comentar as declarações. O
embaixador iraniano em
Brasília, Mohsen Shaterzadeh, confirmou os acertos
para a visita de Ahmadinejad, que busca se aproximar
de Lula para avalizar internacionalmente o seu programa nuclear, que diz ser civil e
pacífico, como o do Brasil.
Shaterzadeh espera que o
comércio bilateral vá de US$
2 bilhões para US$ 10 bilhões a curto prazo e promete oportunidades de negócios em 19 áreas. O plano
prevê investimentos de US$
3,6 trilhões em 20 anos.
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